O Itaú BBA disse em seu relatório sobre empresas da construção civil que as construtoras brasileiras estão com descontos excessivos e os investidores podem obter retornos consideráveis com o setor.
Segundo o analista Daniel Gasparete, as construtoras “são uma forma alavancada de negociar a inflexão macroeconômica, mas, sem visibilidade de um ponto de virada para o macro e com o micro ainda em deterioração”.
Apesar de uma perspectiva atraente no médio prazo, o Itáu BBA mantém uma visão neutra para as ações das construtoras, mas restabeleceu a cobertura de 17 empresas do setor. Os nomes que merecem atenção, em ordem de preferência, são: MRV, Direcional, Cury, Plano & Plano e Moura Dubeux.
Shopping
O relatório do ITAU BBA também avaliou as ações de administradoras de shopping centers, que estão com ações subvalorizadas e com crescimento constante nos últimos meses. Diante da recuperação, a corretora restabeleceu a cobertura de nove empresas. As principais opções são Multiplan, Iguatemi, Aliansce Sonae e BR Malls.
“Acreditamos que a falta de gatilhos e alta alavancagem provavelmente ofuscará o potencial de crescimento atraente e desconto ao NAV. Além disso, vemos o segmento negociando perto dos mínimos da pandemia, 25% abaixo da média histórica P / FFO de dois anos e com spread de 335 pb para títulos indexados à inflação de longo prazo (contra 220 pb historicamente)”, detalha a análise.
Por fim, o relatório diz que um potencial inflexão positiva no macro e microambiente (o que é provável, porque tanto a economia brasileira quanto o setor imobiliário são, indiscutivelmente, cíclicos) poderia abrir espaço para uma reclassificação significativa das ações. No entanto, é difícil estabelecer com precisão quando isso acontecerá.
“Como nossos ratings são baseados em um horizonte de 12 meses, preferimos permanecer cautelosos com o setor, aguardando para um melhor ponto de entrada com avaliações mais deprimidas ou aos primeiros sinais de macro ou micro inflexão”, conclui a análise.
Emerson Lopes / Agência CMA
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