O dólar fechou esta quinta-feira (8) em queda de 1,46%, a R$ 5,66, após dois dias acima dos R$ 5,70. O movimento foi impulsionado por maior apetite global por risco, depois de sinais de distensão na guerra comercial entre os Estados Unidos e o Reino Unido, e indicações de novas negociações entre os EUA e a China.
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Dois fatores principais explicam o comportamento do mercado cambial:
- Cenário internacional mais favorável ao risco: EUA anunciando acordo tarifário com o Reino Unido e possibilidade de redução de tarifas à China, segundo declarações do presidente Donald Trump.
- Alta da taxa Selic no Brasil: decidida ontem (7) pelo Comitê de Política Monetária (Copom), a taxa subiu 0,50 ponto percentual, para 14,75% ao ano. A autoridade monetária também indicou que os juros devem permanecer altos por mais tempo.
Esse cenário elevou o interesse dos investidores em ativos brasileiros, como o real, e aumentou a atratividade do chamado carry trade — estratégia em que investidores se beneficiam da diferença entre os juros altos no Brasil e os juros mais baixos em outros países.
Reação dos mercados
O real teve o melhor desempenho entre as moedas mais líquidas do mundo (exceto o peso argentino), refletindo o desmonte de posições defensivas que vinham sendo montadas antes das decisões de juros nos EUA e no Brasil, a chamada “super quarta”.
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Operadores também relataram entrada de recursos estrangeiros na B3 (Bolsa de Valores), impulsionada por uma alta de aproximadamente 3% nas ações de petroleiras, beneficiadas pela valorização do petróleo.
Apesar da queda de hoje, o dólar ainda acumula valorização de 0,11% na semana, mas passou a registrar queda de 0,27% no acumulado de maio. No ano, o recuo é de mais de 8%.
Dólar forte no exterior, mas com menor aversão ao risco
O índice DXY — que mede a força do dólar frente a uma cesta de moedas fortes como euro e iene — subiu mais de 1%, superando os 100 pontos. Ainda assim, o ambiente de menor aversão ao risco permitiu valorização de moedas emergentes, como o real.
Os juros dos Treasuries (títulos do governo dos EUA) também subiram, com o rendimento dos papéis de 2 anos chegando a 3,90%. Isso sinaliza expectativas de manutenção da política monetária restritiva pelo Federal Reserve, apesar de a taxa básica ter sido mantida ontem.