A Suzano (SUZB3) registrou lucro líquido de R$ 6,348 bilhões no primeiro trimestre de 2025, uma alta de 27,8 vezes (2.785%) em relação ao ano anterior. No entanto, o número ficou 20,5% abaixo da expectativa de mercado, segundo levantamento do Prévias Broadcast.
O Ebitda ajustado da companhia, que mede o resultado operacional antes de juros, impostos, depreciação e amortização, foi de R$ 4,866 bilhões, alta de 7% em relação a 2024, mas 12,5% abaixo da média das projeções de analistas.
A receita líquida, por outro lado, somou R$ 11,553 bilhões, alta anual de 22%, em linha com o que era esperado.
Nesta manhã, as ações da Suzano operam em queda de 1,50%, cotado a R$ 50,70, refletindo as expectativas frustradas dos investidores para o desempenho da companhia.
Queda nos embarques e custos pressionam margens
O desempenho foi impactado negativamente por custos mais altos e menor volume de embarques de celulose, reflexo de manutenções programadas e sazonalidade. A empresa vendeu 2,651 milhões de toneladas, 19% a menos que no quarto trimestre de 2024.
Já o custo caixa por tonelada (sem paradas) subiu 6% na comparação anual, atingido por fatores como valorização do dólar frente ao real, maior custo com madeira e manutenção. O custo total por tonelada chegou a R$ 1.811, alta de 38% em 12 meses.
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Dívida da Suzano subiu 24% em um ano
A dívida líquida da Suzano fechou março em R$ 74,2 bilhões, alta de 24% em relação ao mesmo período de 2024, embora tenha recuado frente ao fim de 2024.
A alavancagem, medida pela relação dívida líquida/Ebitda ajustado em dólares, ficou em 3 vezes, acima do nível de dezembro (2,9x), mas abaixo do registrado um ano antes (3,5x).
Papel sustenta preços, mas volumes recuam
As vendas de papel somaram 221 mil toneladas no Brasil, queda de 25% na comparação trimestral, também influenciada por sazonalidade. No exterior, as vendas chegaram a 169 mil toneladas, com alta de 23%, puxadas pela inclusão da operação nos EUA.
Os preços médios líquidos do papel subiram 9% frente ao trimestre anterior e 12% em relação a 2024. No caso da celulose, o preço médio em dólares caiu 5% na comparação trimestral, para US$ 555 por tonelada.
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Citi pondera resultados da Suzano
Para o Citi, o Ebitda do trimestre — de R$ 4,9 bilhões — veio abaixo da estimativa de R$ 5,2 bilhões. O banco atribui o resultado a embarques fracos de celulose e custos mais altos, parcialmente compensados por preços realizados dentro das expectativas.
Mesmo com os dados abaixo das projeções, o Citi acredita que os papéis da Suzano não devem sofrer queda expressiva, já que o mercado vinha antecipando números mais fracos.
O banco mantém recomendação de compra, com preço-alvo de R$ 85, o que representa potencial de valorização de 65,1% sobre o fechamento anterior.