A Bolsa fechou em queda pelo segundo dia seguido e abaixo dos 100 mil pontos com a expectativa de recessão global pesando no mercado e com temor de uma queda na atividade. Muitos agentes financeiros apostam que o cenário de queda forte do petróleo diminui a pressão sobre a inflação e os juros devem ser menores.
Ao longo da sessão o Ibovespa teve forte queda de mais de 2%. O petróleo caiu mais de 9% e levou as petroleiras para baixo. Petrorio (PRIO3) e 3R Petroleum (RRRP3) perderam 7,10% e 7,44% Petrobras (PETR3 e PETR4) desvalorizou 4,27% e 3,80%.Na ponta positiva, o destaque fica para as ações de varejo como Magazine Luiza (MGLU3), Americanas S.A (AMER3) e Via (VIIA3) que passaram por repique e fecharam com alta expressiva de 11,73%, 9,72% e 11,47%, nessa ordem.
Por aqui, o risco fiscal ficou no radar dos investidores com a PEC dos benefícios. O principal índice da B3 caiu 0,31%, aos 98.294,64 pontos. O Ibovespa futuro com vencimento em agosto perdeu 0,10%, aos 99.415 pontos. O giro financeiro foi de R$ 22,8 bilhões. Em Nova York, as bolsas operavam mistas.
Romero Oliveira, especialista da Valor Investimentos, comentou que queda expressiva no barril de petróleo mostra que “a economia caminha para recessão nos próximos meses e deve diminuir a demanda por commodities”.
Um outro analista disse que a queda do petróleo “sinalizou que vai ter uma recessão, mas a inflação deve desacelerar e projetam que os juros nos Estados Unidos podem ficar no intervalo de 3,0% a 3,25% ao ano e não mais 3,25% a 3,5% ao ano”.
Edmar de Oliveira, operador da mesa de renda variável da One Investimentos, comentou que o cenário está complicado com o peso do exterior, principalmente a Europa “com sinais mais concretos de recessão porque estão passando por um período mais difícil com a questão energética e indicadores mais fracos”.
O operador de renda variável disse que mercado tem comprado a tese de recessão, mas acredita que ainda seja precipitado pensar nesse cenário em se tratando dos EUA. “Se por um lado o mercado de trabalho nos EUA tem vindo forte, a confiança do consumidor está ruim e significa que a população está poupando mais e já existe um pretexto de que a inflação deve desacelerar”.
José Costa Gonçalves, analista da Codepe Corretora, disse que o mau humor é global na volta do feriado dos Estados Unidos com “a preocupação com a recessão e inflação por lá e na Europa, temor de um crescimento menor na China o que reflete nas mineradoras aqui e no mercado externo e queda do petróleo”.
Soraia Budaibes / Agência CMA
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