O governo federal do Brasil projeta um aumento significativo nas despesas com aposentadorias e o Benefício de Prestação Continuada (BPC) para o ano de 2026. Esta previsão foi detalhada no Projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias (PLDO), recentemente enviado ao Congresso Nacional. As estimativas indicam uma pressão crescente sobre as contas públicas, mesmo com as medidas de controle adotadas pelo Executivo.
Segundo o documento, os gastos totais com o BPC devem atingir R$ 140,1 bilhões em 2026, um aumento expressivo em relação aos R$ 119,1 bilhões previstos para 2025. Este crescimento de quase 18% reflete uma tendência similar observada nas despesas com benefícios previdenciários do INSS, que devem passar de R$ 1,015 trilhão em 2025 para R$ 1,130 trilhão em 2026.
Quais fatores impulsionam o aumento das despesas?

O aumento nas despesas está ligado a fatores estruturais e conjunturais. O reajuste do salário mínimo impacta diretamente o valor pago aos beneficiários do BPC, uma vez que o benefício é equivalente a um salário mínimo mensal. Além disso, o número de beneficiários tem crescido, impulsionado por decisões judiciais que garantem a concessão do benefício mesmo quando há indeferimento administrativo.
Outro fator relevante é o envelhecimento populacional, que contribui para a ampliação do acesso ao programa. Com uma população cada vez mais idosa, a demanda por benefícios previdenciários e assistenciais tende a aumentar, pressionando ainda mais as contas públicas.
Medidas do governo para conter o crescimento das despesas
Para mitigar o crescimento das despesas, o governo implementou uma série de medidas de contenção. Entre as principais ações estão revisões cadastrais periódicas e exigências mais rigorosas para o ingresso no programa, como critérios médicos mais precisos e comprovação por biometria. Essas medidas visam evitar pagamentos indevidos e garantir que os benefícios sejam concedidos apenas a quem realmente necessita.
No entanto, mesmo com esses esforços, a eficácia das medidas ainda é limitada diante da crescente demanda. O cenário fiscal para 2026 inclui uma meta de superávit primário de 0,25% do PIB, o que exige disciplina orçamentária e controle rigoroso das despesas.
Impactos nas contas públicas e desafios futuros
O crescimento dos gastos obrigatórios, como os previdenciários e assistenciais, continua a pressionar as despesas discricionárias, reduzindo a margem para investimentos e custeio em outras áreas. Este cenário desafia o governo a equilibrar as contas públicas enquanto atende às necessidades da população.
O desafio de controlar as despesas com aposentadorias e BPC é complexo e requer uma abordagem multifacetada. O governo precisa continuar a buscar soluções inovadoras e eficazes para garantir a sustentabilidade fiscal a longo prazo, sem comprometer o bem-estar dos cidadãos que dependem desses benefícios.