O dólar comercial fechou em alta de 0,05%, cotado a R$ 5,3250. A moeda brasileira chegou a ensaiar um movimento de correção, mas as incertezas fiscais domésticas e os novos casos de Covid na China não deixaram o real ganhar força, em uma sessão marcada pela baixa liquidez devido ao feriado nos Estados Unidos.
Segundo o sócio fundador da Pronto! Invest, Vanei Nagem, “existem grandes interrogações de como será este pacote de benefícios, o que faz com que 2023 fique cada vez mais preocupante”, referindo-se à Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Bondade.
De acordo com o sócio da Nexgen Capital, Felipe Izac, “existe um temor por uma recessão global e que os bancos centrais estão meio perdidos”.
Os novos casos de Covid, na China, afetam as economias emergentes ligadas às commodities, especialmente as metálicas, como o Brasil: “Isso tem um potencial muito ruim”, avalia Izac.
O sócio da Nexgen também observa que as eleições devem começar a ser precificadas, com os presidenciáveis sendo mais destacados, e que qualquer sinalização de compromisso fiscal será bem-vista pelo mercado, assim como discursos populistas devem surtir o efeito contrário.
Para a economista-chefe da Veedha Investimentos, Camila Abdelmalack, “o dólar perde força para o DXY (cesta de moedas desenvolvidas) com os investidores de olho na elevação no Banco Central Europeu (BCE), mas isso é pontual”.
“As moedas emergentes ficam comprometidas com os novos lockdowns na China, que também gera uma queda nos preços das commodities. O que vinha balizando era justamente a reabertura da China”, analisa Abdelmalack.
A economista entende que o ambiente fiscal, com a PEC da Bondade, deve seguir até o pleito presidencial: “Vamos navegar por um período mais complicado. O mercado está muito sensível e o ambiente de negócios tende a piorar”, contextualiza.
Paulo Holland / Agência CMA
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