O dólar fechou esta terça-feira (13) em queda de 1,32%, a R$ 5,61 — menor valor de fechamento desde 14 de outubro do ano passado. Durante a mínima do dia, a moeda americana chegou a R$ 5,5958 frente ao real.
O recuo refletiu uma onda global de desvalorização da moeda americana, especialmente frente a divisas de países emergentes e exportadores de commodities, como o Brasil.
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Inflação dos EUA abaixo das projeções
A divulgação do índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) dos Estados Unidos em abril indicou alta de 0,2% tanto no índice cheio quanto no núcleo — abaixo das expectativas de 0,3% em ambos os casos. Na comparação anual, o CPI subiu 2,3%, também abaixo da projeção de 2,4%.
A leitura mais suave da inflação reforçou as apostas de que o Federal Reserve (Fed), banco central dos EUA, poderá cortar os juros em breve. Segundo dados do CME Group, o mercado aposta majoritariamente em um corte acumulado de 50 pontos-base até dezembro, com início provável em setembro.
Taxas de juros mais baixas nos EUA tornam investimentos em países como o Brasil mais atrativos, estimulando a entrada de capital estrangeiro.
Impacto no câmbio e nos ativos locais
Com a expectativa de corte de juros nos EUA e maior apetite ao risco global, o real foi uma das moedas que mais se valorizaram no dia. Moedas como o dólar australiano, neozelandês e o peso mexicano também registraram ganhos.
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No mercado doméstico, a ata do Comitê de Política Monetária (Copom), divulgada hoje, reforçou o compromisso com uma política monetária contracionista por período prolongado.
Isso aumenta a atratividade do carry trade, uma estratégia em que investidores se aproveitam da diferença de juros entre países. O Brasil, com juros elevados, segue favorecido nesse cenário.
O ambiente de maior fluxo para ativos locais se refletiu também na bolsa. A valorização do petróleo, que subiu mais de 2%, também contribuiu para o bom humor dos mercados.
Fluxo estrangeiro positivo
Dados da B3 mostram que os investidores estrangeiros mantêm fluxo positivo para o mercado brasileiro. Até 9 de maio, o saldo líquido de entrada foi de R$ 6,04 bilhões no mês. No acumulado do ano, o total já soma R$ 16,55 bilhões.
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Em entrevista ao Estãdao Broadcast, Cristiano Oliveira, diretor de Pesquisa Econômica do Banco Pine, disse que o dólar pode cair até R$ 5,40 ainda neste ano. Para ele, o Brasil está entre os países mais beneficiados pelo ambiente externo, especialmente por ser grande exportador de commodities para a China.
“A percepção é de que o aperto monetário no Brasil está próximo do fim. Isso, combinado à valorização de commodities e ao fluxo para a B3, favorece o real”, diz Oliveira.
Dólar global também cai
No cenário internacional, o índice DXY — que mede o desempenho do dólar frente a uma cesta de seis moedas fortes, como euro e iene — recuava cerca de 0,80% no fim da tarde, aos 100,965 pontos, próximo da mínima do dia.
Mesmo com a trégua comercial entre EUA e China e o anúncio de um plano de investimentos de US$ 600 bilhões da Arábia Saudita nos EUA, analistas alertam que as tarifas implementadas recentemente ainda podem pressionar a inflação americana no futuro.