A cotação do dólar passou por forte volatilidade nesta semana. Em poucos dias, o mercado de câmbio viu quatro grandes movimentações que mudaram o rumo do mercado. Foram elas:
- A decisão do Copom sobre a Selic;
- Uma trégua comercial entre Estados Unidos e China;
- Inflação norte-americana abaixo do esperado; e
- O resultado trimestral da Petrobras.
Em um novo vídeo no canal do Monitor do Mercado, a trader Luana Pires traz um panorama completo dos principais eventos e explica como fez para se posicionar no mercado diante de tanta oscilação. Confira:
Copom sinaliza fim do ciclo de alta
O Comitê de Política Monetária (Copom) elevou a taxa Selic para 14,75% ao ano, mas o comunicado que acompanhou a decisão indicou um tom mais brando, sinalizando possível encerramento do ciclo de alta dos juros no Brasil.
Para o mercado, esse movimento sugere que a taxa básica pode se manter estável daqui para frente. Isso gerou reações divididas: de um lado, alguns analistas projetam perda de força do real; de outro, a taxa ainda alta continua atraente para investidores estrangeiros.
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EUA e China anunciam trégua comercial
Outro fator com impacto relevante no câmbio foi o anúncio de um novo acordo comercial entre Estados Unidos e China. As tarifas sobre importações foram reduzidas significativamente — de 145% para 75% nos EUA e de 125% para 70% na China.
A medida reduziu tensões entre as duas maiores economias do mundo, impulsionando bolsas globais, valorizando o petróleo e fortalecendo o dólar frente a outras moedas.
Inflação abaixo do esperado nos EUA
O índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) dos Estados Unidos subiu 2,3% em 12 meses, abaixo da expectativa do mercado. O núcleo da inflação, que exclui itens mais voláteis como alimentos e energia, ficou em 2,8%, sem variações relevantes.
O cenário aumentou as apostas de que o Federal Reserve (Fed), banco central dos EUA, possa antecipar cortes nos juros ainda neste ano. Com isso, o dólar perdeu força e o real se valorizou.
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Lucro da Petrobras impulsiona o real frente ao dólar
A Petrobras divulgou um lucro trimestral acima do esperado, o que ajudou a elevar o Ibovespa, principal índice da Bolsa brasileira, e atrair capital estrangeiro para o mercado acionário brasileiro. Essa entrada de recursos contribuiu para fortalecer o real frente ao dólar.
China amplia influência na América Latina
Em outro movimento relevante, a China anunciou uma linha de crédito de US$ 9 bilhões voltada para países da América Latina. A iniciativa pode ampliar a liquidez na região e reduzir a dependência cambial, embora os efeitos sobre o dólar ainda sejam incertos.
O deve mexer com o dólar nos próximos dias
A moeda norte-americana deve ser afetada por três eventos:
- Relatório de estoques de petróleo nos EUA, com divulgação prevista para hoje às 17h30;
- Discursos de membros do Fed, na quinta-feira às 15h, com possíveis sinalizações sobre cortes de juros;
- Dados de varejo, indústria e serviços no Brasil, na terça-feira às 9h. Resultados acima das expectativas podem valorizar o real.
Além disso, qualquer reação dos Estados Unidos à linha de crédito da China poderá gerar nova volatilidade nos mercados emergentes.