O dólar acelerou o ritmo de alta e já passa dos R$ 5,32. Além das incertezas fiscais domésticas, com a aprovação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) do estado de emergência no Senado, o cenário global é de aversão ao risco, com a inflação galopante e o risco de recessão.
De acordo com o economista-chefe da Infinity Asset, Jason Vieira, “o dólar está ganhando de todas as emergentes. A tendência é de recessão, já que demoraram demais para tomar uma decisão, a maioria dos bancos centrais das economias desenvolvidas. Isso é péssimo”.
Vieira entende que o governo irá tentar aprovar a PEC de “qualquer jeito”, e o que o fator fiscal agrava a situação do real.
Para a economista do Banco Ourinvest, Cristiane Quartaroli, “o mercado permanece com tom de cautela por conta da preocupação com a possível recessão global”. A economista entende que o desemprego no Japão, que foi a 2,6% maio ante 2,5% em abril, adiciona mais um ingrediente neste caldo.
Já no cenário doméstico, a situação de tensão fiscal permanece inalterada: “Isso continua sendo o principal motivo de pressão na nossa moeda”, analisa Quartaroli. O Senado concluiu, ontem, a votação da PEC que ainda terá de ser votada pela Câmara dos Deputados.
Por volta das 11h36 (horário de Brasília), o dólar comercial subia 1,83%, cotado a R$ 5,3280 para venda. No mercado futuro, o contrato da moeda norte-americana com vencimento em agosto de 2022 avançava 1,36%, cotado a R$ 5.368,50.
Paulo Holland / Agência CMA
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