A Justiça dos Estados Unidos confirmou o Plano de Reorganização da Gol (GOLL4) no processo de recuperação judicial sob o Chapter 11, abrindo caminho para que a companhia aérea deixe oficialmente o processo no início de junho de 2025.
A decisão foi comunicada pela empresa em fato relevante à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) nesta terça-feira (20).
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Etapas finais antes da saída
Com a aprovação, a Gol agora foca na conclusão das últimas exigências legais e administrativas. O principal passo será a Assembleia Geral de Acionistas, marcada para 30 de maio, que deverá aprovar o aumento de capital previsto no plano.
A holding Abra Group Limited seguirá como a maior acionista indireta da companhia.
A reestruturação prevê uma redução significativa da dívida: até US$ 1,6 bilhão em dívidas financeiras e US$ 850 milhões em outras obrigações serão convertidos em ações ou extintos. A operação deve gerar diluição relevante das ações atuais, sujeita ao direito de preferência conforme a legislação brasileira.
Frota da Gol fortalecida
A Gol afirmou que sai do processo com um balanço patrimonial fortalecido, alavancagem reduzida e uma liquidez estimada em US$ 900 milhões. A previsão é atingir alavancagem líquida de 2,9 vezes até o fim de 2027.
A companhia também informou que sua frota de Boeing 737 está em processo de recuperação. A meta é restaurar a capacidade doméstica pré-pandemia até o primeiro trimestre de 2026. Somente em 2024, mais de 50 motores foram reformados, e há previsão de cinco novas aeronaves 737 MAX para 2025.
Operações e resultados em alta
A empresa vive um momento positivo nos negócios, com alta de 19,4% na receita líquida e de 17,4% no EBITDA recorrente no 1º trimestre de 2025, comparado ao mesmo período do ano anterior. O desempenho ficou acima das projeções do seu Plano de Cinco Anos.
Atualmente, a Gol atende 65 destinos nacionais e 16 internacionais, com 30 milhões de passageiros transportados em 2024.
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Apoio financeiro e negociações durante o processo
Durante o processo de Chapter 11, a Gol garantiu:
- US$ 1 bilhão em financiamento DIP (debtor-in-possession), que reforçou a liquidez da empresa.
- US$ 1,1 bilhão em concessões com arrendadores para reestruturar a frota e reduzir custos.
- US$ 1,9 bilhão em financiamento de saída para pagar o DIP e sustentar o plano de negócios.
- Acordo com a Boeing para modificações contratuais, com valor total de mais de US$ 700 milhões em concessões.
- Reestruturação de US$ 150 milhões em debêntures locais e US$ 340 milhões em operações de factoring no Brasil.
- Redução de até US$ 750 milhões em dívidas fiscais com o governo brasileiro e geração de US$ 184 milhões em liquidez até 2029.
A empresa também iniciou um programa de corte de custos de US$ 181 milhões por ano, consolidando sua posição entre as companhias aéreas com menor custo da América do Sul.