O dólar à vista encerrou a sessão desta segunda-feira (23), em queda de 0,29%, cotado a R$ 5,0169, acompanhando o comportamento da moeda americana no exterior. Este valor marca o menor fechamento desde 26 de setembro (R$ 4,9871).
No início dos negócios, a divisa chegou a ensaiar uma alta, superando o nível de R$ 5,05 na máxima (R$ 5,0543), devido à arrancada dos juros longos nos EUA. A taxa da T-note de 10 anos tocou pontualmente a marca psicológica de 5%. No entanto, as taxas longas americanas trocaram de sinal e o dólar perdeu força, chegando a romper o piso de R$ 5,00 na mínima (R$ 4,9963).
Tendência de baixa no mês e no ano
Com a desvalorização de 1,12% na semana passada e o recuo de hoje, o dólar à vista agora acumula uma leve baixa no mês (-0,20%). No acumulado do ano, a moeda recua 4,98%. Analistas apontam que o cenário externo continua a ser determinante na formação da taxa de câmbio, com a tramitação da agenda econômica no Congresso tendo impacto limitado.
Investidores de olho no cenário internacional
Os investidores continuam atentos ao andamento do conflito no Oriente Médio e aos indicadores econômicos nos EUA, que influenciam as apostas em relação às ações do Federal Reserve. Nesta semana, destaque para a divulgação da primeira leitura do PIB americano no terceiro trimestre, na quinta-feira (26), e do índice de preços de gastos com consumo (PCE) na sexta-feira (27).
Cenário internacional e títulos americanos influenciam
No mercado internacional, o índice DXY, referência do comportamento do dólar em relação a seis moedas fortes, operou em queda firme. A taxa da T-note de 10 anos registrou máxima em 5,0209%, mas orbitava os 4,85%. As cotações internacionais de petróleo recuaram, voltando a ficar abaixo de US$ 90 o barril, em meio à redução e temores de que o conflito entre Israel e o Hamas envolva outros atores relevantes da região.
Banco Central brasileiro adverte sobre liquidez global
O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, alertou sobre o aperto na liquidez global, decorrente dos juros mais altos nos EUA, que pode afetar economias emergentes de forma mais severa. Ele pediu ao Congresso medidas para reverter o déficit das contas primárias, salientando que o mercado está mais exigente quanto ao ajuste das contas públicas devido à redução dos fluxos de capital em direção aos países emergentes.
Fonte: Broadcast
Imagem: Piqsels