O dólar comercial fechou em queda de 0,67%, cotado a R$ 5,1530. Na falta de um driver, o real demonstrou movimento de correção, embalado pelo bom humor externo.
Segundo o head de tesouraria do Travelex Bank, Marcos Weigt, “a alta dos últimos dias ocorreu devido aos riscos fiscais e políticos. Hoje ocorre uma correção, já que o real caiu muito desde o começo de junho”.Weigt acredita que R$ 5,20 é uma barreira a ser quebrada, já que o real “ainda é uma moeda boa para ficar”.
Para o estrategista-chefe do Banco Mizuho, Luciano Rostagno, “o principal fator de hoje é o bom humor externo, com os dados americanos acima do esperado. Também existe um movimento de correção”. O número de casas usadas vendidas nos Estados Unidos (-3,4% em maio ante abril, ou +5,41 milhões ante expectativa de +5,39 milhões)
Rostagno entende que o dólar não deve ficar abaixo dos R$ 5,00 antes das eleições domésticas, atingindo um patamar entre R$ 5,00 e R$ 5,40 no segundo semestre, além do aumento dos juros nos Estados Unidos seguir como um fator que pode desvalorizar o real.
De acordo com o economista-chefe da Ativa Investimentos, Étore Sanchez, “o potencial (do dólar) de hoje é baixista. A ata do Comitê de Política Monetária (Copom) foi interpretada como hawkish (dura, propensa ao aumento dos juros) e abriu espaço para mais uma elevação de 0,5%”.
“Você adiciona uma recuperação que os agentes não esperavam. Pode ser que a Selic (taxa básica de juros) chegue em 13,75% e não pare. O principal risco abordado na ata foi o fiscal, que pode influenciar negativamente a inflação nos próximos anos”, analisa Sanchez.
Paulo Holland / Agência CMA
Imagem: piqsels.com
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