O mercado financeiro encerrou a sexta-feira (20), com o dólar à vista apresentando uma queda de 0,43%, sendo cotado a R$ 5,0313 no mercado doméstico de câmbio. O dia foi marcado por um cenário predominantemente baixo para a moeda americana e uma recuperação das taxas dos Treasuries longos.
Pela manhã, o dólar chegou a ensaiar uma alta firme, aproximando-se do teto de R$ 5,10, atingindo sua máxima a R$ 5,0986. Isso ocorreu em resposta ao recuo de mais de 3% no preço do minério de ferro. Notavelmente, o Banco do Povo da China (PBoC), o Banco Central chinês, optou por manter suas principais taxas de juros inalteradas, apesar da crise no setor imobiliário.
Realinhamento no mercado local
Após o momento de estresse inicial, houve uma onda de realização de lucros intraday, com o mercado doméstico se alinhando à tendência de queda do dólar no exterior. Especialmente em relação aos principais pares do real, como os pesos mexicano e colombiano. Na mínima do dia, o dólar à vista chegou a ser cotado a R$ 5,02 (R$ 5,0259).
Influência dos Treasuries e da situação no Oriente Médio
Com investidores buscando refúgio nos Treasuries devido à incerteza quanto aos desdobramentos da situação no Oriente Médio, incluindo a possível invasão da Faixa de Gaza por tropas israelenses, as taxas dos títulos caíram. O retorno da T-note de 10 anos, que havia se aproximado de 5%, operava em torno de 4,91% no fim da tarde.
Títulos de 10 anos e desempenho do real
Durante a semana, o yield da T-note de 10 anos, referência para os investimentos de renda fixa em todo o mundo, subiu mais de 6%. Isso ocorreu devido às preocupações com o déficit americano, que pode aumentar devido à ajuda prometida pelo governo dos EUA a Israel e à Ucrânia, além de desequilíbrios técnicos entre oferta e demanda. A secretária do Tesouro americano, Janet Yellen, reforçou o pedido de Biden para que o Congresso aprove um orçamento suplementar.
Impacto do déficit fiscal e cenário global
A alta do dólar no cenário global geralmente ocorre em momentos de incerteza, visto que a moeda é procurada como refúgio. No entanto, o elevado déficit fiscal dos Estados Unidos torna a moeda americana menos atrativa. O dólar estava caindo no cenário global, influenciando o mercado brasileiro.
Real brasileiro se destaca entre as moedas emergentes
Apesar do aumento das taxas dos Treasuries, que normalmente afeta negativamente as moedas emergentes, o dólar encerrou a semana com uma queda de 1,12% no mercado doméstico. O real brasileiro apresentou o melhor desempenho entre as principais moedas latino-americanas no período. Nos últimos cinco pregões, a moeda registrou apenas uma ligeira alta em outubro (+0,09%). Esse desempenho positivo é atribuído em parte ao avanço nas cotações do petróleo e a dados econômicos favoráveis da China.
Fonte: Broadcast
Imagem: Piqsels