A inflação brasileira, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), subiu 0,26% em maio. O dado foi divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta terça-feira (10).
A alta representa uma desaceleração em relação ao resultado de abril (0,43%) e ficou no piso das projeções do mercado, que esperava um avanço entre 0,26% e 0,43%.
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No valor acumulado dos últimos 12 meses, o IPCA recuou de 5,53% para 5,32%, após três meses consecutivos de aceleração — menor taxa desde fevereiro deste ano (5,06%). Em 2025, a inflação soma alta de 2,75%.
Para o economista Maykon Douglas, o IPCA de maio foi um mix de forças em direções contrárias, com a força que puxa o índice para baixo vencendo a batalha. Ele também reforça que, como sinalizado pelo Banco Central (BC), “esses e outros fatores não dão margem para falar em corte de juros em 2025 no momento”.
Energia elétrica pesa sobre IPCA
O grupo Habitação foi o que mais impactou sobre o IPCA, com alta de 1,19% e contribuição de 0,18 ponto percentual (p.p.) no mês. A principal pressão veio da energia elétrica residencial, que subiu 3,62%, refletindo o acionamento da bandeira tarifária amarela, que adiciona R$ 1,885 a cada 100 kWh consumidos.
Além disso, houve reajustes regionais nas tarifas de energia, com destaque para Belo Horizonte (7,36%), Aracaju (6,99%) e Recife (3,33%).
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Segundo o IBGE, a energia elétrica ainda deve ter novo impacto na inflação em junho, com a entrada da bandeira vermelha, que tem custo maior para os consumidores.
Outros itens do grupo Habitação também subiram: gás de botijão (0,51%), gás encanado (0,25%) e água e esgoto (0,77%), impulsionados por reajustes em diversas capitais.
Saúde e vestuário desaceleram
Saúde e cuidados pessoais teve aumento de 0,54%, após alta de 1,18% em abril. A principal influência veio dos produtos farmacêuticos, que subiram 0,69%, após o reajuste autorizado de até 5,09% nos medicamentos, em vigor desde 31 de março. Planos de saúde também contribuíram com alta de 0,57%.
O grupo Vestuário avançou 0,41%, após elevação de 1,02% em abril. Os principais aumentos vieram de roupas femininas (0,84%), masculinas (0,10%) e calçados (0,10%).
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Dois dos nove grupos do IPCA registram deflação
Dois dos nove grupos pesquisados apresentaram deflação em maio: Transportes e Artigos de residência. Ambos caíram 0,37% (impacto de -0,08 p.p) e 0,27% (impacto de -0,01 p.p.), respectivamente. As quedas ajudaram a conter a inflação em maio.
Desempenho por região
Entre as 16 regiões pesquisadas pelo IBGE, 15 registraram inflação em maio. O maior aumento foi em Brasília (0,82%) e a única estabilidade foi em Rio Branco.