Empresas consideradas financeiramente saudáveis, mesmo aquelas com baixo risco de inadimplência, podem enfrentar desafios que levam ao encerramento de suas operações em um período de até 12 meses. Essa constatação surge a partir de uma pesquisa divulgada pela Serasa Experian em 2025, que analisou o cenário de risco empresarial no Brasil. O levantamento destaca que fatores além do histórico de crédito devem ser avaliados para compreender a real sustentabilidade de um negócio.
De acordo com o estudo, aproximadamente 19,8% dos CNPJs classificados com risco de crédito baixo apresentam, paradoxalmente, um alto risco de fechar as portas em curto prazo. Essa situação representa uma possível perda de mais de R$ 195 milhões para o mercado, caso essas empresas encerrem suas atividades. O dado chama atenção para a necessidade de uma análise mais ampla e criteriosa sobre a saúde das organizações.
Por que empresas com bom score de crédito podem encerrar atividades?

O score de crédito, tradicionalmente utilizado para medir a capacidade de pagamento de uma empresa, não é suficiente para prever sua longevidade. Elementos como cenário econômico instável, mudanças no comportamento do consumidor e fatores internos de gestão podem impactar diretamente a continuidade das operações. Dessa forma, mesmo empresas consideradas boas pagadoras podem ser surpreendidas por situações que fogem ao controle financeiro.
Quais fatores influenciam o risco de encerramento de empresas?
Além do histórico de crédito, outros aspectos desempenham papel fundamental na avaliação do risco de encerramento de uma empresa. Entre eles, destacam-se:
- Apetite ao risco: O perfil de risco assumido pela empresa em suas operações pode aumentar a vulnerabilidade diante de imprevistos.
- Valores negociados: Grandes volumes de transações podem elevar a exposição a perdas, especialmente em períodos de instabilidade.
- Prazos de pagamento: Condições de pagamento alongadas podem comprometer o fluxo de caixa e dificultar a manutenção das atividades.
- Gestão interna: Processos de administração, planejamento estratégico e adaptação ao mercado são determinantes para a sobrevivência do negócio.
Como as empresas podem reduzir o risco de encerrar operações?
Para minimizar o risco de fechamento, é fundamental adotar práticas que vão além da análise de crédito tradicional. Algumas estratégias recomendadas incluem:
- Monitoramento constante: Acompanhar indicadores financeiros e operacionais para identificar sinais de alerta precocemente.
- Diversificação de receitas: Buscar novas fontes de faturamento pode reduzir a dependência de poucos clientes ou setores.
- Gestão eficiente de caixa: Controlar entradas e saídas, negociando prazos adequados com fornecedores e clientes.
- Planejamento estratégico: Revisar periodicamente o planejamento para ajustar rotas diante de mudanças no mercado.
Qual a importância de informações complementares na análise de crédito?
O uso de dados adicionais, como o índice de longevidade empresarial, permite uma avaliação mais precisa sobre o futuro das empresas. Segundo especialistas da Serasa Experian, cruzar diferentes camadas de informação auxilia na definição de prazos de pagamento e condições de negociação, reduzindo riscos para credores e parceiros comerciais. Assim, a análise deixa de ser baseada apenas no histórico de pagamentos e passa a considerar a capacidade de permanência no mercado.
O cenário econômico brasileiro em 2025 reforça a necessidade de atenção redobrada por parte de empresários e investidores. Avaliar a saúde de uma empresa exige olhar além do score de crédito, incorporando variáveis que possam sinalizar possíveis dificuldades à frente. Dessa forma, é possível tomar decisões mais seguras e contribuir para a sustentabilidade dos negócios no longo prazo.