O dólar fechou esta segunda-feira (16) em queda de 1% frente ao real, a R$ 5,48 — menor valor de fechamento desde 7 de outubro. O movimento acompanhou o enfraquecimento da moeda americana no exterior.
A menor aversão ao risco, diante da perspectiva de que o confronto entre Israel e Irã não deve se intensificar, abriu espaço para valorização de moedas emergentes, como o real.
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Além disso, dados econômicos positivos da China, especialmente nos setores de varejo e indústria, também contribuem para a valorização das moedas emergentes.
O real teve o melhor desempenho entre as moedas latino-americanas. Entre as divisas mais líquidas do mundo, ficou atrás apenas do rublo russo e do novo shekel israelense.
No mês de junho, a moeda já acumula queda de 4,08% e, no ano, recua 11,23%.
Fed e Copom no radar dos investidores
As decisões de política monetária do Federal Reserve (Fed) e do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, ambas programadas para esta quarta-feira (18), também influenciaram o comportamento do câmbio. No Brasil, o mercado acredita que o Copom deve manter a taxa Selic em 14,75% ao ano.
Nos Estados Unidos, a expectativa é de que o Fed mantenha os juros básicos e adote um tom cauteloso, diante da desaceleração da economia americana. O índice de atividade industrial Empire State, por exemplo, caiu para -16, número bem abaixo da previsão de -5,5.
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A manutenção do diferencial elevado entre os juros internos (Brasil) e externos (EUA) torna o real mais atrativo para investidores estrangeiros, o que contribui para a queda do dólar.
Quadro político e leilões do BC
No campo político, os investidores acompanham a votação na Câmara dos Deputados do pedido de urgência para o projeto de decreto legislativo que visa barrar o aumento do IOF proposto pelo governo federal.
Durante o dia, o Banco Central vendeu US$ 1 bilhão em dois leilões de linha com compromisso de recompra, mantendo a liquidez no mercado cambial.
Além disso, a Secretaria de Comércio Exterior informou superávit de US$ 1,215 bilhão na balança comercial brasileira na segunda semana de junho. No acumulado do ano, o superávit já chega a US$ 27,539 bilhões.
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Dólar global e petróleo
O índice DXY, que mede o desempenho do dólar frente a uma cesta de seis moedas fortes, recuava 0,05% no fim da tarde, ficando abaixo dos 98 pontos. Apesar disso, a moeda americana subia frente ao franco suíço e ao iene, o que sugere alguma retomada do apetite por risco.
Os preços do petróleo também caíram. O barril do Brent para agosto encerrou o dia com baixa de 1,35%, cotado a US$ 73,23.