As exportações de carne bovina do Brasil ganharam novo impulso em 2025, com destaque para o aumento nas compras dos Estados Unidos. Até o momento, os norte-americanos já respondem por 15% das exportações do setor, contra 7,98% em 2024 e apenas 4,77% em 2022.
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De acordo com Guto Gioielli, fundador do Portal das Commodities, enquanto isso, a participação da China — historicamente a principal compradora da carne brasileira — recuou de 66,95% em 2022 para 58% em 2024, e 54% nas exportações parciais de 2025 (dados até maio). Confira a análise:
Retração do rebanho nos EUA impulsiona importações
A alta nas compras dos EUA é atribuída à redução do rebanho bovino local e ao alto custo da carne australiana. Segundo o levantamento, a arroba da carne bovina brasileira custa pouco mais de R$ 50, enquanto a australiana ultrapassa os R$ 120, tornando o produto nacional mais competitivo no mercado internacional.
Exportações de carne em junho
Nos primeiros 20 dias úteis de junho de 2024, o Brasil exportou 117 mil toneladas de carne bovina, abaixo das 192 mil toneladas embarcadas no mesmo período do ano anterior. No entanto, a média diária de embarques subiu 21,8%, de 9.600 toneladas em 2023 para 11.700 toneladas em 2024.
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A carne suína também apresentou crescimento: 10,3% a mais do que no mesmo intervalo de 2024. Já a carne de aves teve retração de 25%, pressionada pelos efeitos da gripe aviária.
Soja se recupera
As exportações de soja apresentaram melhora e podem alcançar novamente as 14 milhões de toneladas embarcadas em junho de 2024, caso o ritmo atual seja mantido. No acumulado até agora, foram exportadas 6,98 milhões de toneladas, contra 13,9 milhões no mês cheio do ano passado.
A safra norte-americana tem apresentado piora nas condições das lavouras, o que tem sustentado a alta dos preços futuros da soja na Bolsa de Chicago. Segundo o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos), 66% das lavouras estão em condições boas ou excelentes, abaixo dos 70% registrados no mesmo período do ano anterior.
Milho sofre com atrasos e logística
As exportações brasileiras de milho continuam abaixo dos níveis de 2024, com queda acumulada de 84% até agora. O motivo é o atraso no plantio e na colheita do milho, decorrente do atraso na colheita da soja — que sobrecarregou a logística portuária.
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Apesar da reação do milho no mercado futuro, a disponibilidade do grão ainda é limitada. Segundo dados da última semana, foram exportadas apenas 67 mil toneladas, enquanto a importação atingiu 50 mil toneladas, resultando em saldo positivo de apenas 16 mil.
De acordo com relatório do BTG Pactual, o Brasil deve acumular estoques elevados de milho no segundo semestre de 2024, diante da safra quase recorde projetada em 128 milhões de toneladas — 11% superior à do ciclo anterior. A área cultivada cresceu 1,8%, e a produtividade média aumentou 9%.
A chamada “safrinha” (segunda safra), que representa a maior parte da produção, deve atingir 101 milhões de toneladas — o segundo maior volume da história, atrás apenas da safra 2022/2023.
Boi gordo ainda pressionado pelo consumo interno
Apesar do bom desempenho nas exportações, o mercado interno de carne bovina continua pressionando os preços do boi gordo. O mercado segue lateralizado, com oscilação entre R$ 360 e R$ 365 por arroba, refletindo consumo interno enfraquecido.