A Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) arrecadou R$ 989 milhões em bônus de assinatura no 5º Ciclo da Oferta Permanente de Concessão, realizado nesta terça-feira (17).
A rodada resultou na concessão de 34 blocos e promete gerar R$ 1,45 bilhão em investimentos exploratórios — maior valor da história desse tipo de leilão.
A Petrobras (PETR3;PETR4) participou ativamente do leilão e arrematou 13 blocos, sendo 10 na Bacia da Foz do Amazonas, em consórcio com a ExxonMobil, e 3 na Bacia de Pelotas, com a Petrogal Brasil. O valor do bônus de assinatura da estatal é de aproximadamente R$ 139 milhões, a serem pagos em outubro de 2025.
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Petrobras mira recomposição de reservas
Segundo a presidente da Petrobras, Magda Chambriard, a companhia garantiu áreas prioritárias dentro dos parâmetros econômicos definidos. “Com esse resultado e a continuidade das atividades exploratórias, persistimos otimistas em relação à recomposição de reservas e à segurança energética do Brasil”, afirmou.
Na Foz do Amazonas, os blocos arrematados somam quase 9.600 km² e foram divididos entre os consórcios liderados ora pela Petrobras, ora pela ExxonMobil, com participação igualitária (50%). Em Pelotas, a Petrobras lidera os consórcios com 70% de participação.
Diversidade de players
O leilão atraiu empresas de diversos países — como Austrália, China, Estados Unidos e Portugal — e também uma novata, que arrematou bloco onshore na Bacia do Parecis.
O Instituto Brasileiro de Petróleo e Gás (IBP) comemorou o resultado. “O certame reforça a visão estratégica da indústria em continuar o processo de exploração em novas áreas, mesmo diante de um cenário geopolítico desafiador”, disse Roberto Ardenghy, presidente do IBP.
Leilão de petróleo enfrentou críticas
Apesar do sucesso financeiro, o leilão enfrentou forte oposição de entidades ambientais e jurídicas. A Federação Única dos Petroleiros (FUP), ANAPETRO, Instituto Arayara e o Ministério Público Federal (MPF) apresentaram ações para suspender o leilão.
Entre as críticas está a inclusão de blocos em áreas sensíveis da Foz do Amazonas, sem realização prévia da Avaliação Ambiental de Área Sedimentar (AAAS).
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O MPF chegou a solicitar liminar condicionando a exploração à avaliação de impactos climáticos e à consulta livre, prévia e informada às comunidades tradicionais. Já o presidente do Ibama, Rodrigo Agostinho, alertou sobre o risco de um fluxo desordenado de pedidos de licenciamento ambiental.
O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, minimizou os impactos ambientais. Segundo ele, os blocos arrematados estão a cerca de 500 km da foz do rio Amazonas e não na área direta da desembocadura do rio.