O Federal Reserve (Fed) decidiu manter a taxa básica de juros dos EUA no intervalo de 4,25% a 4,5% ao ano. A decisão unânime do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês) foi divulgada na tarde desta “super quarta” (18).
Essa é a quarta manutenção seguida da taxa, que ocorre após três cortes de juros consecutivos, estendendo a pausa no ciclo de afrouxamento monetário na maior economia do mundo.
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Segundo o relatório, os dirigentes destacaram que a escolha foi tomada diante da percepção de que a economia norte-americana continua crescendo, apesar de oscilações nas exportações líquidas.
A taxa de desemprego permanece baixa e o mercado de trabalho mostra resiliência, enquanto a inflação continua em um nível relativamente elevado — o Comitê continua buscando a meta de 2%.
De acordo com as projeções do Fomc, os membros do Comitê ainda esperam dois cortes nos juros em 2025.
Por fim, o banco central afirmou que seguirá com o processo de redução de seu balanço patrimonial, por meio da diminuição de investimentos em títulos do Tesouro, títulos de dívida de agências e títulos hipotecários.
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Reação dos mercados
Após o comunicado, às 15h15 (horário de Brasília), as bolsas de Nova York mantiveram o ritmo de alta: o Dow Jones sobe 0,25%, S&P 500 registra alta de 0,28%, enquanto o Nasdaq tem alta de 0,35%.
No Brasil, o Ibovespa, principal índice da Bolsa brasileira, sobe levemente, em alta de 0,05%, aos 138.914 pontos. O dólar frente ao real opera de lado, alta de 0,02%, a R$ 5,5.
Decisão do Fed era esperada
Na abertura do mercado, às 11h (horário de brasília), 99,9% dos analistas cravavam a manutenção da taxa, segundo o monitoramento do CME Group (veja na imagem abaixo).

Para a próxima reunião, que acontecerá em 30 de julho, a maioria das apostas também aponta para uma manutenção (85,5%). O mercado começa a enxergar cortes somente em setembro, onde 63,2% dos analistas veem uma diminuição dos juros — divididos em duas magnitudes: 0,25 e 0,5 ponto percentual (p.p.).
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Por que os juros dos EUA subiram tanto nos últimos anos?
Com a pandemia da Covid-19 e a guerra entre Ucrânia e Rússia, a inflação dos Estados Unidos subiu exponencialmente, chegando a atingir a maior inflação em 40 anos em 2022 (9,1%).
A taxa básica de juros serve para desacelerar a economia, assim controlando a inflação. Ou seja, conforme a inflação subiu, os juros nos EUA subiam.
Em maio de 2023, depois de 10 altas consecutivas, o Fed parece ter encontrado um intervalo estável para controlar a inflação (entre 5,25% e 5,5% ao ano). Os juros só começaram a cair em setembro de 2024, quando tivemos o primeiro corte desde 2020.