O Banco da Inglaterra (BoE) decidiu nesta quinta-feira (19) manter sua taxa básica de juros em 4,25%, mesmo nível da reunião anterior.
A decisão foi aprovada por seis dos nove membros do comitê de política monetária. Swati Dhingra, Dave Ramsden e Alan Taylor votaram por uma redução de 0,25 ponto percentual, para 4%.
O movimento ocorre após o corte de juros realizado em maio, quando o BoE reduziu a taxa também em 0,25 ponto. Desde agosto de 2024, o Banco Central britânico já promoveu quatro cortes.
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O governador do BoE, Andrew Bailey, afirmou que “as taxas de juros permanecem em uma trajetória gradual de queda”, mas alertou que o cenário global é altamente incerto.
“No Reino Unido, estamos vendo sinais de abrandamento no mercado de trabalho. Estamos analisando cuidadosamente até que esses sinais se reflitam na inflação dos preços ao consumidor”, completou.
Mercado de trabalho perde força
O banco destacou que as medidas de crescimento salarial continuam se moderando, e que o comitê espera uma desaceleração mais significativa ao longo do segundo semestre.
Segundo o relatório, o crescimento econômico do Reino Unido permanece fraco e o mercado de trabalho está em processo de flexibilização — ou seja, com menor pressão por mão de obra, o que tende a conter os salários e, por consequência, a inflação.
BoE adota cautela na decisão sobre os juros
O BoE afirmou que, diante do cenário de desinflação e das perspectivas da economia, continuará adotando uma abordagem “gradual e cuidadosa” para a retirada da política monetária restritiva.
A autoridade monetária enfatiza que não segue um caminho pré-definido de política monetária e que o comitê decidirá o grau apropriado de restrição em cada reunião, a partir dos dados disponíveis.
Inflação e expectativas ancoradas aliviam juros
Segundo o BoE, as expectativas de inflação de longo prazo se estabilizaram. Esse fator abre espaço para uma retirada gradual do aperto monetário — conjunto de medidas para conter o consumo e reduzir a inflação —, mas mantendo a taxa de juros em território restritivo por enquanto.
O objetivo declarado é “continuar a espremer pressões inflacionárias persistentes, existentes ou emergentes”.
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Riscos de geopolítica para a economia do Reino Unido
O BoE também chamou atenção para o recente aumento nos preços da energia, atribuído à escalada do conflito no Oriente Médio.
Embora esse fator não tenha sido determinante para a decisão atual, o banco afirmou que continuará vigilante quanto aos desdobramentos geopolíticos e seus potenciais impactos na economia do Reino Unido.
“O comitê permanecerá atento à crescente imprevisibilidade no ambiente econômico e geopolítico e continuará a atualizar sua avaliação dos riscos para a economia”, afirma a nota oficial.