O Brasil registrou 3.468.255 tentativas de fraude apenas nos três primeiros meses de 2025, segundo dados da Serasa Experian. O volume representa um salto de 22,9% na comparação anual, com uma média de uma tentativa a cada 2,2 segundos.
A análise faz parte do Indicador de Tentativas de Fraude da Serasa, que consolida os ataques monitorados pela datatech. Em março, mesmo com leve retração de 1,1% ante fevereiro, o número de casos ultrapassou 1,1 milhão — mais de 35 mil por dia.
Setor financeiro lidera tentativas de fraude
Mais da metade das investidas (54%) teve como alvo o setor de bancos e cartões. Na sequência aparecem os segmentos de serviços (31,9%), financeiras (6,7%), telefonia (5,7%) e varejo (1,7%). A ordem se manteve constante ao longo dos três meses analisados.

Entre os principais meios de detecção de fraudes, inconsistências em dados cadastrais lideram, com 50,6% dos casos evitados. Em seguida estão falhas na autenticação de documentos e biometria (41,9%) e comportamentos suspeitos em dispositivos (7,5%).
Fraudes crescem entre pessoas com mais de 50 anos
O público entre 36 e 50 anos ainda concentra a maior parte das tentativas (32,9%), seguido pelos grupos de 26 a 35 anos (26,5%) e até 25 anos (15,3%). No entanto, os maiores aumentos foram registrados nas faixas etárias mais velhas: alta de 3,7% entre consumidores de 51 a 60 anos e de 7,9% entre os acima de 60.
Essa mudança reforça uma tendência preocupante, segundo a Serasa: os golpistas estão focando cada vez mais em pessoas com menor familiaridade com recursos digitais avançados.
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Golpes mais sofisticados com uso de IA
O uso de inteligência artificial está contribuindo para a criação de golpes mais sofisticados e personalizados, alerta Caio Rocha, diretor de Autenticação e Prevenção à Fraude da Serasa Experian.
“As estratégias de engenharia social têm sido potencializadas por abordagens hiperpersonalizadas, o que exige das empresas a adoção de tecnologias antifraude em camadas”, afirmou.
Rocha também destacou a importância da educação do consumidor como parte essencial da estratégia de prevenção. “Não basta só a tecnologia. É preciso ensinar as pessoas a identificar e evitar os novos formatos de golpe”, reforçou.