O mercado de ETFs (fundos de índice) vem ganhando força no Brasil desde 2018, e agora, 21 anos depois do lançamento do primeiro ETF brasileiro no mercado o número de cotistas já ultrapassou os 700 mil.
Em 2020 este número estava pouco acima dos 200 mil. No entanto, a evolução ainda não traz números significativos para o mercado de capitais como um todo. O segmento representa menos de 1% do total da indústria de fundos no país.
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A avaliação é de Andrés Kikuchi, diretor-executivo e de investimentos da Nu Asset Management, durante o evento Anbima Summit 2025, promovido pela Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima), nesta quarta-feira (25).
Segundo Kikuchi, enquanto o mercado global de ETFs movimenta trilhões de dólares, o setor brasileiro ainda engatinha. “Aqui na indústria brasileira, que tem mais de 20 anos, vemos menos de 1% de participação. Mas uma das únicas vantagens de chegar atrasado é poder olhar tudo o que aconteceu no resto do mundo”, disse.
O executivo enxerga uma indicação para uma tendência de consolidação do segmento nos próximos anos, principalmente ao comparar os números que são transacionados em ETFs no exterior.
Modernização regulatória para os ETFs
Para que os ETFs se desenvolvam no Brasil, Kikuchi defende uma modernização do arcabouço legal. A Resolução 179 da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), que atualizou as regras dos fundos de investimento, é um passo importante, mas ainda insuficiente.
O executivo afirma que o país precisa adaptar sua regulação para permitir a inovação e a popularização dos fundos de índice.
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O papel dos ETFs para investidores iniciantes
O superintendente de Desenvolvimento de Mercado da CVM, Antonio Berwanger, reforçou que os ETFs podem ser uma porta de entrada mais adequada para o investidor iniciante. “Faz muito mais sentido o investidor iniciante ter exposição em ETFs do que em ações individuais”, afirmou.
Os ETFs funcionam como fundos que replicam índices de mercado, como o Ibovespa. Eles oferecem diversificação automática, pois concentram vários ativos em um único produto, com custo geralmente mais baixo do que outros fundos tradicionais.
Comunicação ainda é desafio
Renato Eid Tucci, sócio da Itaú Asset, destacou que os ETFs são a ponte entre a sofisticação do mercado e a simplicidade para o investidor, mas ainda enfrentam barreiras de entendimento.
“Não se deve pensar ETF como produto, mas como forma de expressar investimento”, afirmou. Segundo ele, o principal obstáculo é a comunicação com o público final.