Apesar do frio intenso e da possibilidade de geadas em regiões produtoras, os preços das principais commodities agrícolas recuaram com força nos mercados futuros nesta quarta-feira (25).
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Segundo Guto Gioielli, fundador do Portal das Commodities, o movimento de queda inclui café, soja, milho e derivados de soja, com destaque para a ausência de reação imediata do mercado às possíveis perdas climáticas. Confira:
Relatos de geadas em áreas do Paraná, Mato Grosso e interior de São Paulo ainda não se refletiram nos preços das commodities. No caso do café, por exemplo, ainda é cedo para medir os efeitos da friagem nas lavouras.
Danos visíveis, como folhas queimadas, costumam surgir de dois a três dias após o fenômeno climático. Mesmo assim, o contrato de café robusta com vencimento em setembro caiu mais de 4%, aproximando-se da marca dos US$ 3.000 por tonelada.
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Café perde suporte técnico e pode ampliar queda
O contrato de café arábica para setembro, referência global, perdeu o suporte da média móvel de 200 dias e rompeu níveis técnicos importantes. Segundo analistas, o movimento pode abrir espaço para posições vendidas — ou seja, apostas na queda do preço.
Milho pressiona com aumento de área e recorde de produção
O milho também registrou queda expressiva. Os contratos mais líquidos — setembro e dezembro — recuaram com a divulgação das novas estimativas de área plantada nos Estados Unidos e do volume colhido no Brasil.
No Brasil, a produção total de milho (soma da primeira e segunda safras) deve atingir 150,3 milhões de toneladas, superando em quase 9 milhões o recorde anterior da safra 2022/23. A área plantada também teve forte alta.
Apesar disso, as exportações brasileiras ainda não deslancham, e o consumo interno continua elevado. Para equilibrar o mercado, será necessário exportar entre 44 e 45 milhões de toneladas.
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A possível elevação da mistura de etanol de milho na gasolina para 30% é um dos fatores que pode ajudar a absorver o excesso de oferta no mercado interno.
Soja perde força com estimativas de plantio nos EUA
A soja recuou forte, com o contrato de novembro registrando queda de 81 pontos, cotado a US$ 10,18 por bushel. As novas projeções indicam área plantada de 83,64 milhões de acres nos Estados Unidos, levemente acima do número divulgado em março (83,49 milhões), mas abaixo dos 87 milhões do ano passado.
Mesmo com redução dos estoques americanos de soja (de 4,997 bilhões para 4,648 bilhões de bushels), o mercado segue pressionado.
Os derivados da soja acompanharam o movimento de queda. O farelo, com vencimento em dezembro, caiu para US$ 290 por tonelada curta, abaixo dos níveis recentes de US$ 299. O óleo de soja também registrou recuo, embora mais contido.
Mercado local: Boi e milho sentem volatilidade
No mercado brasileiro, o boi gordo teve semana difícil, com forte queda nos contratos futuros (BGI). O milho, embora tenha apresentado momentos de alta pontual, também enfrentou pressão, refletindo a grande oferta interna e dificuldades nas exportações.