A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) aprovou nesta terça-feira (1º) um reajuste médio de 13,94% nas tarifas da Enel em São Paulo, que começa a valer a partir de sexta-feira (4). A empresa atende 8,07 milhões de unidades consumidoras no estado.
Para consumidores ligados à alta tensão, como indústrias, a alta será de 15,77%. Já os da baixa tensão, que inclui residências e pequenos comércios, terão um aumento médio de 13,47%.
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O principal fator de alta foi o custo com encargos setoriais, que representaram 6,44 pontos percentuais do reajuste, com destaque para repasses à Conta de Desenvolvimento Energético (CDE).
Consumo de energia elétrica recuou em maio
Apesar do reajuste, o consumo nacional de energia elétrica recuou pelo segundo mês seguido. Em maio, foram consumidos 46.571 GWh, queda de 1,1% em relação ao mesmo mês de 2024, segundo dados divulgados pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE) nesta terça.
A retração foi puxada pelos setores: comercial (-4,8%) e residencial (-1,8%), diante das temperaturas mais amenas no Sudeste e Sul. A indústria, por outro lado, registrou aumento de 1,9%.
Reajuste pode impactar inflação
O aumento deve afetar o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de julho. Segundo a Warren Investimentos, o reajuste da energia residencial pode acrescentar 0,04 ponto percentual ao índice. A Enel SP responde por cerca de 33% do peso do IPCA no estado de São Paulo.
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Já o economista Leonardo Costa, do ASA Investments, estima um impacto maior, de 0,09 ponto no IPCA, e elevou sua projeção para o índice de julho de 0,12% para 0,21%. O reajuste aprovado pela Aneel ficou bem acima da expectativa da casa, que era de 5%.
Migração para mercado livre avança
A mudança regulatória de 2024, que permite a migração de todos os consumidores de alta tensão para o mercado livre, contribuiu para a alta de 7,9% nesse ambiente, enquanto o mercado cativo caiu 7,6%.
Segundo a Aneel, mais de 22 mil migrações foram registradas em 2024, com expectativa de 16 mil adicionais em 2025.
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Outras distribuidoras também reajustaram tarifas de energia elétrica
Além da Enel SP, a Aneel aprovou aumentos para outras distribuidoras:
- Energisa Tocantins (ETO): alta média de 12,68%, a partir de 4 de julho
- Energisa Sul-Sudeste (ESS): alta média de 19,05%, válida a partir de 12 de julho
Nestes casos, os encargos setoriais também foram os principais responsáveis pelos reajustes, com destaque para a CDE. Algumas medidas, como reversão de créditos de PIS/Cofins, ajudaram a conter parte do aumento.