O setor de alimentação fora do lar começou a mostrar sinais de recuperação em maio. De acordo com a Pesquisa Nacional de Conjuntura Econômica da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel), apenas 18% das empresas operaram em prejuízo no mês, o menor índice desde dezembro de 2024.
Outras 41% tiveram lucro e 39% ficaram no equilíbrio. Segundo Paulo Solmucci, presidente-executivo da Abrasel, o resultado indica uma melhora no ambiente de negócios.
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“Ver o menor percentual de empresas operando em prejuízo desde dezembro é muito animador. Esse dado mostra que o setor começa a respirar um pouco melhor”, afirma.
Solmucci atribui parte do resultado positivo ao aumento do faturamento impulsionado pelo Dia das Mães, uma das datas mais importantes para bares e restaurantes. “Essa data é sempre uma das mais lucrativas do ano, e o bom desempenho ajudou a dar um fôlego às empresas”, explica.
Endividamento ainda afeta mais de um terço dos bares e restaurantes
Apesar da melhora, 37% dos negócios do setor seguem com contas em atraso — como impostos, empréstimos ou aluguel. Entre os endividados:
- 73% devem impostos federais
- 52%, impostos estaduais
- 37%, empréstimos bancários
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Inflação alta e dificuldade de reajustar preços
Um dos principais problemas enfrentados pelos empresários é o descompasso entre os custos e a possibilidade de repasse aos consumidores. A pesquisa mostra que:
- 35% não conseguiram reajustar os cardápios nos últimos 12 meses
- 25% reajustaram abaixo da inflação
- 35% acompanharam a inflação
- Somente 5% subiram preços acima da inflação
Solmucci alerta que a inflação de insumos importantes continua pressionando os estabelecimentos, “itens essenciais como café, carnes e proteínas em geral tiveram aumentos muito acima da inflação. Isso impacta diretamente a margem de lucro”.
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Segundo o IPCA, a inflação da alimentação fora do domicílio foi de 7,70% em 12 meses. Já alguns insumos tiveram alta muito maior, com o café liderando a lista (82,24%). Outros destaques são: carne (23,48%) e frango (10,51%).
“A situação financeira das empresas no mês de maio é um indicativo de recuperação, mas é preciso cautela. A maioria dos empresários ainda enfrenta dificuldades para repassar os aumentos de custos ao consumidor, o que gera um desequilíbrio nas contas”, completa Solmucci.
Para ele, o momento exige atenção e gestão cuidadosa, “Mesmo com mais empresas no azul, a inflação segue como um desafio que pressiona o setor e exige uma gestão cada vez mais cuidadosa dos negócios.”