Desde o início de janeiro até o dia 4 de julho, o Ibovespa acumula alta de 34,45% em dólares, desempenho que marca o melhor ano para o investidor internacional desde 2016.
Naquela ocasião, o principal índice da Bolsa brasileira subiu 66,46% impulsionado pela valorização das commodities e pelo processo de impeachment da então presidente Dilma Rousseff, segundo análise da Elos Ayta.
Em dólar, o Ibovespa fechou o pregão da última sexta-feira (4) aos 26.166,39 pontos, alcançando o maior nível desde 28 de fevereiro de 2024.
Apesar do avanço, o índice segue 41,5% abaixo de sua máxima histórica em dólares, de 44.616,04 pontos, registrada em 19 de maio de 2008, mas com indícios de que ainda há espaço para recuperação.
Segundo a Elos Ayta, a valorização não é um movimento comum e sinaliza que o mercado está reprecificando os ativos brasileiros com mais otimismo.
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Dólar fraco impulsiona Ibovespa
O estudo, no entanto, destaca que parte relevante da alta em dólares decorre da desvalorização global da moeda americana. No acumulado de 2025 até o início de julho, o dólar caiu 12,65%, o que amplifica os ganhos do Ibovespa quando medidos em dólares.
Dessa forma, o desempenho expressivo não reflete apenas a força da Bolsa brasileira, mas também a fraqueza do dólar no cenário internacional — resultado de mudanças nas expectativas de juros nos EUA e do maior apetite global por risco, especialmente em mercados globais.
Ibovespa em dólares permite comparação com índices globais
Segundo a Elos Ayta, a análise de desempenho do Ibovespa em dólares é crucial para o mercado ter uma visibilidade ampla, considerando que o investidor estrangeiro acompanha o mercado brasileiro pela moeda americana.
Embora o índice em moeda local reflita a rentabilidade no cenário doméstico, para o investidor estrangeiro é relevante o que resta depois da conversão cambial. Essa perspectiva permite:
- Comparar o desempenho com índices como S&P 500, Euro Stoxx e mercados emergentes
- Avaliar o retorno líquido para quem aplica capital estrangeiro
- Medir o impacto cambial sobre os investimentos, inclusive com a percepção de que uma alta em reais pode se transformar em perda líquida quando o real se desvaloriza.
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Oscilações históricas
A análise compara o desempenho anual do Ibovespa em dólares entre 2010 e 2025 e constata alta volatilidade:
- Retorno positivo em apenas 7 dos 16 anos
- Piores anos: 2015 (-41,03%), 2011 (-27,26%), 2013 (-26,29%) e 2024 (-29,92%)
- Melhores anos: 2016 (+66,46%), 2019 (+26,49%), 2023 (+31,79%) e 2025 (+34,45% até julho)
A alta neste ano aparece como uma inflexão positiva, especialmente após o forte recuo de 2024, e sinaliza reprecificação de ativos brasileiros, com potencial retorno do fluxo estrangeiro e câmbio mais estável.
Brasil ainda é instável para investidores globais
A consultoria avalia que o Brasil continua sendo uma espécie de “montanha-russa para o investidor internacional” — Quando os fundamentos se alinham, os retornos podem ser elevados.
Por outro lado, crises políticas, desequilíbrios fiscais ou fuga de capitais geralmente resultam em quedas severas.
Essa característica foi evidente nos anos de forte baixa, como 2015, 2020 e 2024. Já os anos de valorização mostram que quando há realinhamento de expectativas, o investidor volta.
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Perspectivas para o Ibovespa em dólar
O estudo avalia que o mercado parece estar emitindo um sinal claro de revalorização dos ativos brasileiros, embora ainda distante dos níveis históricos.
No entanto, a continuidade desse movimento dependerá de diversos fatores, como a manutenção da estabilidade fiscal, da evolução da taxa de juros no Brasil, da trajetória do dólar no exterior e do grau de confiança do investidor internacional no ambiente institucional e regulatório do país.