As vendas no setor de bares e restaurantes recuaram 3,7% em junho, na comparação com o mês anterior, segundo o Índice Abrasel-Stone, divulgado nesta quinta-feira (17). Na comparação anual, a retração foi de 5,8%.
O levantamento, produzido pela Abrasel (Associação Brasileira de Bares e Restaurantes) em parceria com a Stone, abrange 24 estados brasileiros e utiliza dados transacionais da processadora de pagamentos. O objetivo é oferecer uma leitura atualizada sobre o desempenho do setor de alimentação fora do lar.
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Sinal de alerta para bares e restaurantes em mês atrativo
Para Paulo Solmucci, presidente da Abrasel, o resultado de junho surpreendeu negativamente. “A retração ocorreu num mês normalmente aquecido pela Semana dos Namorados e festas regionais”, afirmou.
Ele relaciona o desempenho à desaceleração no varejo, impactado por juros altos, inflação persistente e perda de poder de compra. Apesar do resultado, a Abrasel mantém expectativa positiva para o setor.
“É preocupante, mas esperamos que isto reflita uma situação mais pontual. Mantemos uma boa expectativa para o segundo semestre”, afirma Solmucci.
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Quadro econômico limita recuperação do consumo
Segundo o economista Guilherme Freitas, da Stone, o mercado de trabalho mostra recuperação com queda no desemprego e criação de vagas, mas o consumo ainda sofre pressão.
“O comprometimento da renda das famílias com dívidas permanece alto e limita a recuperação do setor. A inflação mostra desaceleração, mas a atividade econômica perdeu fôlego”, explicou.
No acumulado do primeiro semestre, o setor registra estabilidade, com uma leve queda de 0,2% frente ao segundo semestre de 2024.
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Análise regional mostra quedas em 22 estados
Apenas Sergipe (3,2%) e Tocantins (0,9%) apresentaram alta nas vendas na comparação com junho de 2024. Os piores resultados vieram do Rio Grande do Sul (-17,7%) e Santa Catarina (-13,3%), estados ainda impactados pelos efeitos das enchentes e queda no turismo.
Outras quedas relevantes foram registradas em Alagoas (-7,7%), Roraima (-7,6%), Paraíba (-6,7%), Paraná (-6,4%) e Mato Grosso (-6,1%). Em São Paulo, principal mercado consumidor do país, a retração foi de 4,8%.