O fundo imobiliário IRDM11 acumula perdas de 9,72% desde o início do mês, com uma queda acentuada nos últimos dias em reação à proposta de fusão com o IRIM11, fundo da mesma gestora, a Iridium.
Desde a última quinta-feira (17), quando liderou as quedas da Bolsa com recuo de 3,23%, o fundo perdeu mais 3,45% e, até esta quarta-feira (23), já registra queda de 6,61%.
Em paralelo à proposta de fusão, também é esperada a liquidação do IRDM11, com seus ativos sendo integralmente absorvidos pelo IRIM11, que fará uma nova emissão de cotas — fato que acendeu um alerta nos investidores, devido às incertezas da operação.
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Estratégia busca contornar prejuízos antigos do IRDM11
Para o analista Adair Naspolini, sócio da Wiser | BTG Pactual, a operação visa reduzir o impacto contábil de decisões passadas da gestora, como a compra de cotas de fundos high yield “problemáticos”, como DEVA11 e HCTR11.
Esses ativos, segundo ele, foram adquiridos com preços muito superiores aos atuais — o DEVA11, por exemplo, foi comprado a R$ 101,34, mas hoje vale R$ 32,41.
A venda dessas cotas com prejuízo afetaria diretamente os rendimentos distribuídos, já que fundos imobiliários pagam dividendos com base no resultado efetivo em caixa. Segundo Naspolini, uma venda integral dessas posições poderia comprometer o pagamento de dividendos por até nove meses.
Com a fusão, os ativos passariam a ser registrados pelo valor de mercado atual, zerando o impacto contábil e viabilizando uma realocação mais eficiente dos recursos. “É uma forma de destravar o capital preso em posições ruins, sem paralisar os rendimentos”, afirmou Naspolini.
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Nova emissão é polêmica e tem risco de diluição
Antes da incorporação, a Iridium convocou uma assembleia para aprovar a 13ª emissão de cotas do IRDM11, com a meta de levantar até R$ 120 milhões para adquirir um imóvel de laje corporativa. Naspolini aponta que a proposta levantou críticas por estar fora do foco original do fundo, voltado para CRIs e pelos seguintes motivos:
- A gestão não divulgou qual é a laje, nem os detalhes da operação
- Mudança de perfil do fundo no curto prazo
- Diluição do valor da carteira, antes mesmo de resolver o ponto da incorporação
Em comunicado interno, a Wiser | BTG Pactual, casa que acompanha o fundo e tem posição em carteira, informou que votará contra a emissão. Entre as justificativas, além da diluição, está o risco de comprometer a tese de recuperação construída pelo IRDM11 nos últimos meses.
Taxa de performance e governança
Parte do desconforto dos investidores surgiu com a tentativa de introdução de uma taxa de performance no IRIM11, aprovada em assembleia antes do anúncio da fusão.
Como o IRIM11 tem um único cotista com mais de 70% das cotas, o mercado viu a movimentação como um potencial conflito de interesse. A Iridium voltou atrás e cancelou a taxa após a pressão do mercado.
Ainda assim, a governança segue em debate. O IRDM11 possui mais de 275 mil cotistas e cerca de R$ 3 bilhões em patrimônio líquido. Já o IRIM11 é um fundo menor, com apenas 2,5 mil investidores e R$ 166 milhões em patrimônio. A diferença de escala e controle gera incertezas sobre o equilíbrio entre os interesses dos cotistas na nova estrutura.
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Cenário indefinido
Apesar das críticas, parte dos analistas ainda vê a incorporação como um caminho viável para destravar valor — desde que realizada com mais transparência e sem mudanças abruptas na política de investimentos.
O mercado aguarda a decisão da assembleia que avaliará a emissão de cotas IRDM11 e os próximos passos da proposta. A única definição até agora foi a retirada permanente da taxa de performance no IRIM11.









