A Reforma da Previdência no Brasil, promulgada em novembro de 2019 pela Emenda Constitucional 103, trouxe significativas mudanças nas regras para a aposentadoria no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). As normas alteraram as idades mínimas requeridas para aposentadoria, impactando diretamente tanto homens quanto mulheres. Com a reforma, as mulheres precisam de no mínimo 62 anos de idade para se aposentar, enquanto os homens, 65. Além disso, é necessário um período de contribuição de 15 anos para mulheres e 20 anos para homens.
Além das idades mínimas e do tempo de contribuição, foram implementadas várias regras de transição para quem já estava no mercado de trabalho quando a reforma entrou em vigor. Essas novas normas buscam garantir que as pessoas próximas de se aposentar possam ajustar seus planos sem serem drasticamente prejudicadas pelas mudanças.
As regras de transição

Dentre as principais alterações, cinco regras de transição foram formuladas para auxiliar quem já contribuía para o Regime Geral de Previdência Social (RGPS) antes da promulgação da reforma. Essas regras atendem diferentes perfis de segurados e consideram fatores como tempo de contribuição, idade e tempo de serviço.
O objetivo das regras de transição é assegurar justiça e minimizar o impacto das mudanças, especialmente para os trabalhadores que estavam próximos da aposentadoria em 2019. Cada regra tem requisitos próprios, o que torna essencial a compreensão individual das opções para tomar decisões mais acertadas.
O sistema de pontos
Uma das opções de transição é o sistema de pontos, que soma a idade do contribuinte ao tempo de contribuição. Essa pontuação será gradualmente aumentada até atingir 100 pontos para mulheres e 105 para homens. A cada ano, os requisitos de pontuação sobem, exigindo planejamento por parte dos trabalhadores.
Esse modelo visa equilibrar idade e tempo trabalhado, contemplando especialmente quem iniciou a vida profissional cedo. Assim, é possível acessar a aposentadoria quando a soma da idade e do tempo de contribuição atender ao ponto exigido, sem precisar cumprir apenas um critério isolado.
A regra da idade mínima progressiva
Outra regra de destaque é a que combina idade mínima com tempo de contribuição. Desde a reforma, a idade mínima para aposentadoria subiu gradualmente — seis meses por ano — até chegar aos 62 anos para mulheres e 65 para homens. Este modelo foi pensado para adaptar a transição conforme os anos passam.
Essa alteração progressiva permite que os trabalhadores se organizem e se preparem para os requisitos futuros. Com o avanço da expectativa de vida e da permanência no mercado de trabalho, essa regra busca ajustar o sistema previdenciário à nova realidade social e econômica brasileira.
Pedágios de 50% e 100%
Duas modalidades de transição destacam-se por não exigirem idade mínima, desde que cumprido o chamado “pedágio”, que pode ser de 50% ou de 100% sobre o tempo de contribuição faltante em 2019. Para quem já havia completado 28 anos e um dia de contribuição naquela época, os requisitos para acessar essa regra permanecem inalterados.
Esse modelo beneficia principalmente quem estava próximo de se aposentar antes das mudanças, permitindo que alcancem o benefício sem uma elevação drástica na idade. Ainda assim, o pedágio exige um período extra de trabalho proporcional ao tempo em falta, contribuindo para o equilíbrio financeiro do sistema.
Utilização do Meu INSS para simulação e consulta
Ferramentas digitais como o aplicativo e o site Meu INSS tornam o acompanhamento das regras e dos requisitos de aposentadoria mais acessível. Por meio desses recursos, é possível realizar simulações detalhadas, verificar idade, tempo de contribuição e checar quais opções estão disponíveis para cada trabalhador.
Manter os dados atualizados no Cadastro Nacional de Informações Sociais (CNIS) é fundamental para garantir precisão nas informações exibidas pelo sistema. O uso dessas ferramentas oferece transparência e autonomia para planejar o futuro de maneira consciente e informada.
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Importância do planejamento previdenciário
Com todas as mudanças trazidas pela Reforma da Previdência, torna-se essencial compreender as novas regras e suas particularidades. Um bom planejamento previdenciário pode evitar surpresas e garantir uma aposentadoria mais tranquila e adequada às necessidades de cada pessoa.
Estar atento às normas, acompanhar as simulações pelo Meu INSS e buscar orientação especializada quando necessário são passos fundamentais para que o trabalhador faça escolhas seguras. Assim, é possível traçar um caminho sólido em direção à aposentadoria, alinhando expectativas e garantindo estabilidade no futuro.