O Fundo Monetário Internacional (FMI) aumentou sua estimativa para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil em 2025 de 2% para 2,3%, mesmo diante das incertezas sobre a nova tarifa de 50% imposta pelos Estados Unidos.
A projeção representa uma desaceleração em relação ao crescimento de 3,4% registrado em 2024. Para 2026, o FMI prevê novo arrefecimento da atividade, com alta de 2,1% — levemente acima da previsão anterior, de 2%.
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As informações constam da atualização do relatório Perspectiva Econômica Mundial (WEO, na sigla em inglês), divulgada nesta terça-feira (29). O Fundo atribui a desaceleração à combinação de juros elevados, redução do estímulo fiscal e incerteza política global.
Risco fiscal permanece elevado e pressiona PIB do Brasil
O relatório alerta para a situação fiscal de diversos países, incluindo o Brasil. Segundo o FMI, “vários governos, como os do Brasil, França e Estados Unidos, seguem com déficits elevados em meio a níveis historicamente altos de endividamento público”.
No médio prazo, a projeção é de uma retomada gradual do crescimento, com expansão de 2,5% da economia brasileira, desde que reformas estruturais e medidas fiscais sejam adotadas.
O economista-chefe do FMI, Pierre-Olivier Gourinchas, afirmou que o choque comercial provocado pelas tarifas dos EUA já afeta a economia global. Embora a tarifa média americana tenha sido reduzida de 24,4% para 17,3% desde abril, o Fundo alerta que novas medidas tarifárias ainda podem ser implementadas.
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Caso o novo pacote tarifário dos EUA seja aplicado integralmente, o crescimento do PIB global pode ser reduzido em até 0,3 ponto percentual em 2026. No comércio mundial, a participação das trocas no PIB global deve recuar de 57% em 2024 para 53% até 2030, segundo o relatório.
Segundo o relatório, o crescimento do PIB global em 2025 será de 3% — alta de 0,2 ponto percentual em relação à última estimativa — e de 3,1% em 2026, ante 3% projetados anteriormente.
Mais projeções do FMI
Nos Estados Unidos, o crescimento estimado para 2025 é de 1,9%, ligeiramente acima da previsão anterior. Em 2026, a expansão deve alcançar 2,0%, impulsionada por incentivos da nova lei orçamentária aprovada no país. No entanto, os déficits fiscais devem aumentar.
Na zona do euro, o PIB deve crescer 1% em 2025 e 1,2% em 2026, com destaque para o aumento nas exportações farmacêuticas da Irlanda. Já em outras economias avançadas, espera-se um crescimento de 1,6% em 2025 e de 2,1% em 2026.
A inflação global, por sua vez, deve desacelerar para 4,2% em 2025 e 3,6% em 2026. O FMI projeta que a inflação nos EUA permanecerá acima da meta de 2% até 2026, devido ao repasse das tarifas aos preços ao consumidor.
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Projeções para cortes de juros
O Fundo prevê cortes nas taxas de juros nos EUA e no Reino Unido em 2025. Na zona do euro, a expectativa é de estabilidade, enquanto o Japão deve iniciar uma elevação gradual.
Na área fiscal, o FMI defende reformas que ampliem a arrecadação, aumentem a eficiência dos gastos e incentivem o investimento privado, com o objetivo de restaurar a sustentabilidade das contas públicas.
Por fim, o relatório reforça a importância da cooperação internacional para reduzir distorções no comércio global e evitar que novas tensões geopolíticas comprometam o crescimento econômico.