A enxaqueca é um distúrbio neurológico debilitante que afeta milhões de pessoas em todo o mundo. Caracteriza-se por dores de cabeça intensas, frequentemente acompanhadas por náuseas, vômitos e sensibilidade à luz e ao som. Embora as causas exatas da enxaqueca não sejam totalmente compreendidas, acredita-se que envolvam fatores genéticos e ambientais, tornando cada caso único e desafiador para profissionais da saúde.
Além de causar desconforto físico, a enxaqueca pode afetar significativamente a qualidade de vida dos indivíduos. Episódios frequentes dificultam a manutenção de compromissos profissionais e pessoais, já que podem durar de algumas horas a vários dias. Isso não só interfere no rendimento do trabalho e nos estudos, como também prejudica a convivência familiar e social, levando muitos a buscarem suporte médico e até mesmo psicológico.
Enxaqueca é caso para auxílio-doença?

Considerando sua natureza incapacitante, a enxaqueca pode ser reconhecimento como motivo para afastamento temporário do trabalho. No Brasil, o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) oferece o auxílio-doença para trabalhadores acometidos por questões de saúde que os impedem de exercer suas atividades. Para quem sofre de enxaqueca crônica, esse benefício pode garantir dignidade enquanto busca tratamento adequado.
Entretanto, a concessão do auxílio-doença para pessoas com enxaqueca depende de documentação detalhada. São exigidos laudos médicos que comprovem a intensidade, frequência e duração das crises, além do impacto na capacidade laboral. É recomendado apresentar informações sobre tratamentos realizados, evolução do quadro e exames complementares quando possível.
Critérios do INSS para concessão de benefícios
Para solicitar o auxílio-doença, o segurado precisa ter contribuído ao INSS por um período mínimo, chamado de carência, normalmente de 12 meses. Outro requisito é o afastamento do trabalho por mais de 15 dias consecutivos devido à crise de enxaqueca, devidamente documentado por profissional de saúde. A avaliação do INSS costuma envolver perícia médica para analisar o caso.
Durante a perícia, o perito considerará não só os laudos médicos, mas também o histórico de aderência a tratamentos indicados. Mudanças no estilo de vida recomendadas por especialistas e o uso de medicamentos preventivos também são levados em conta para embasar a decisão sobre a concessão ou não do benefício.
Documentação e relatórios médicos necessários
É fundamental que o paciente reúna relatórios médicos detalhados para apresentar ao INSS. Esses documentos devem explicitar a frequência e a gravidade das crises, os sintomas associados – como sensibilidade à luz, náuseas e vômitos –, além das limitações funcionais que impedem o trabalho. Relatórios recentes e emitidos por especialistas, como neurologistas, têm maior peso.
Além dos laudos, anexar resultados de exames, receitas de medicamentos e comprovantes de consultas anteriores pode fortalecer o pedido. Relatos pessoais, contendo descrições diárias do impacto das crises na rotina, também são válidos para humanizar o processo e mostrar a real extensão do sofrimento causado pela enxaqueca.
Como obter apoio em caso de rejeição inicial?
Caso o INSS negue inicialmente o auxílio-doença, o segurado pode recorrer administrativamente. É importante apresentar informações adicionais, como novos laudos, exames recentes e declarações de outros profissionais de saúde, elevando as chances de sucesso no recurso.
Se ainda assim o pedido for indeferido, a via judicial pode ser acionada. Um advogado pode auxiliar na elaboração da ação e na obtenção de laudos periciais judiciais. Muitas vezes, a Justiça avalia as circunstâncias de maneira mais individualizada, o que aumenta as chances de concessão do benefício, especialmente em casos de enxaqueca crônica e severa.
Tratamentos atuais e avanços na medicina
Atualmente, diversas abordagens terapêuticas visam reduzir a frequência e a intensidade das crises de enxaqueca. Entre elas estão medicamentos preventivos, analgésicos, terapias alternativas e mudanças no estilo de vida. O acompanhamento contínuo por um neurologista é fundamental para encontrar o tratamento mais eficaz.
Nos últimos anos, houve avanços significativos com medicamentos específicos – como os inibidores do CGRP – que demonstram eficácia em casos resistentes. Além disso, técnicas de relaxamento, orientação nutricional e práticas integrativas, como acupuntura, têm ajudado pacientes a controlar melhor seus sintomas.
Perspectivas futuras e inclusão das pessoas com enxaqueca
Reconhecer a enxaqueca como condição elegível para auxílio-doença é um avanço social e médico importante, pois amplia o acesso ao suporte financeiro e assegura o respeito às especificidades desse grupo. A conscientização social sobre o tema pode diminuir estigmas e promover maior empatia no ambiente de trabalho e nas relações pessoais.
À medida que novas pesquisas e tratamentos surgem, espera-se que as pessoas com enxaqueca encontrem maior alívio e adaptação no cotidiano. O progresso científico e o desenvolvimento de políticas de inclusão garantem mais qualidade de vida e oportunidades para quem convive com essa condição.
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Dicas práticas para solicitar benefícios relacionados à enxaqueca
Organize todos os laudos e exames antes de iniciar o processo junto ao INSS, buscando documentar o máximo de informações possíveis. Anote detalhadamente suas crises e seus impactos diários, incluindo afastamentos do trabalho, custos com medicamentos e idas a hospitais.
Procure auxílio de um advogado especialista em direito previdenciário no caso de dúvidas ou dificuldades durante o processo. Se possível, mantenha acompanhamento regular com médicos especialistas e adapte as recomendações clínicas à sua rotina, mostrando comprometimento com o tratamento diante do INSS.