A atividade industrial brasileira, medida pelo índice de gerentes de compras (PMI, na sigla em inglês), caiu de 48,3 pontos em junho para 48,2 em julho, segundo dados divulgados pela S&P Global. Esse é o terceiro mês consecutivo com leitura abaixo de 50 pontos, sinalizando contração na atividade do setor.
A queda foi impulsionada pelo recuo no volume de novos pedidos. A retração da demanda ocorreu principalmente por menor interesse de clientes da América do Sul, Reino Unido e Estados Unidos.
- 📩 Os bastidores do mercado direto no seu e-mail! Assine grátis e receba análises que fazem a diferença no seu bolso.
O anúncio de uma tarifa de 50% sobre exportações brasileiras para os Estados Unidos agravou as condições do setor. A S&P destacou que esse fator foi considerado um entrave significativo para o desempenho das exportações e para as expectativas de negócios.
Esse recuo na demanda significou um “efeito dominó” em toda a atividade industrial brasileira, refletido em contração nas vendas, produção, nível de compra e nos estoques.
“Embora a liberação de pedidos em atraso tenha amortecido um pouco a queda na produção por enquanto, há um risco de que a retração possa se acelerar nos próximos meses caso não haja recuperação de novos pedidos”, considera Pollyana de Lima, diretora associada de economia da S&P.
Apesar do cenário desafiador, houve um pequeno aumento nos níveis de emprego, associado ao preenchimento de vagas temporárias.
O otimismo para os próximos 12 meses foi mantido, mas com preocupações sobre questões políticas, orçamento restrito de clientes, acesso ao crédito e os efeitos da política tarifária dos EUA.
- ⚡ A informação que os grandes investidores usam – no seu WhatsApp! Entre agora e receba análises, notícias e recomendações.