A Petrobras (PETR3; PETR4) registrou lucro líquido de R$ 26,65 bilhões no segundo trimestre, revertendo o prejuízo de R$ 2,6 bilhões apurado no mesmo período do ano anterior.
Segundo a Petrobras, o desempenho foi impulsionado pelo aumento da produção de petróleo, especialmente com o “ramp up” (fase de elevação gradual de produção) de novas plataformas.
Além dos resultados, a estatal anunciou a distribuição de R$ 8,66 bilhões em dividendos e juros sobre capital próprio (JCP) referentes ao trimestre, valor que, segundo analistas, ficou abaixo das expectativas do mercado.
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Às 8h05 (horário de Brasília), os ADRs da Petrobras negociados em Nova York (American Depositary Receipts) caíam 0,99%, a US$ 12,95, sinalizando reação negativa do mercado aos dividendos abaixo do previsto.
Na abertura do mercado, os papéis PETR4 caíam 2,27%, cotados a R$ 31,79 e PETR3 caíam 2,16%, a R$ 34,84.
Petrobras segue com produção em alta
Entre abril e junho, a Petrobras ampliou a produção com a operação das FPSOs (plataformas flutuantes de produção, armazenamento e transferência) Almirante Tamandaré, Maria Quitéria, Anita Garibaldi e Anna Nery, além da FPSO Marechal Duque de Caxias, que atingiu capacidade máxima, e da FPSO Alexandre de Gusmão, que iniciou produção no período.
A receita líquida no trimestre foi de R$ 119,1 bilhões, representando uma queda de 2,6% na comparação anual.
Já o Ebitda ajustado (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) somou R$ 52,26 bilhões, alta de 5,1% frente ao segundo trimestre de 2024.
Na comparação com o trimestre anterior, o lucro caiu 24%, influenciado pela valorização do real no período, que impactou a dívida em moeda local com subsidiárias no exterior.
Dividendos ficam abaixo das projeções
O pagamento de R$ 8,66 bilhões aos acionistas será dividido em duas parcelas de R$ 0,33596205 por ação, programadas para 21 de novembro e 22 de dezembro, na forma de dividendos e JCP.
Apesar do lucro expressivo, analistas do Itaú BBA e Bradesco BBI destacaram que o fluxo de caixa livre (FCF) ficou aquém das estimativas, devido ao consumo maior de capital de giro e investimentos (Capex) acima do esperado, de US$ 4 bilhões.
O rendimento de dividendos (dividend yield) foi de 2,1% no trimestre, abaixo das projeções que variavam entre US$ 1,9 bilhão e US$ 2 bilhões.
A XP Investimentos também observou que, mesmo com a queda de 10% no preço do Brent no trimestre, a produção maior e a melhora nos “crack spreads” (diferença entre o preço do petróleo e dos derivados) ajudaram a sustentar o Ebitda. Ainda assim, o fluxo de caixa e os dividendos ficaram aquém do esperado.
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Endividamento e investimentos da Petrobras
A dívida líquida da Petrobras subiu 26,86% no trimestre, para US$ 58,56 bilhões. Já a alavancagem, relação entre dívida líquida e Ebitda, passou de 0,95 vez para 1,53 vez em um ano.
Os investimentos avançaram 30,6% no período, somando US$ 4,43 bilhões, refletindo a estratégia de expansão de produção e novos projetos.
Recomendações para ações da estatal
O Itaú BBA tem recomendação outperform (equivalente à compra) para PETR4, com preço-alvo de R$ 43; e o Goldman Sachs mantém recomendação de compra, com preço-alvo de R$ 35,10.
O Bradesco BBI reiterou recomendação outperform e estabeleceu novo preço-alvo para o final de 2026 de US$ 13,50 por ADR, equivalente a R$ 40 por ação PETR4, com base numa projeção de dividend yield de 12% para os próximos cinco anos.
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Petrobras retorna à distribuição de GLP
Em paralelo aos resultados, a Petrobras anunciou a intensificação de suas operações na distribuição de GLP (Gás Liquefeito de Petróleo), conhecido como gás de cozinha, retomando atuação direta nesse segmento.
A estratégia, alinhada ao Plano de Negócios 2025-2029, foca em negócios rentáveis, parcerias estratégicas e soluções de baixo carbono, em sintonia com a transição energética global.
A companhia informou que seguirá respeitando contratos vigentes e que pretende integrar a distribuição de GLP aos demais negócios no Brasil e no exterior, buscando ampliar sinergias e eficiência operacional.
O plano estratégico aprovado em novembro de 2024 prevê investimentos de US$ 111 bilhões no período de cinco anos para modernização e expansão das operações.
No segundo trimestre, as vendas internas de GLP cresceram 9,8% em relação a igual período de 2024, evidenciando o avanço na oferta do combustível.