O Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores, ultrapassou os 142 mil pontos pela primeira vez nesta quinta-feira (28) superando o antigo recorde, registrado em 4 de julho.
Perto das 11h15, o índice quebrou o recorde chegando aos 141.632 pontos, superando o recorde anterior de 141.563 pontos. O movimento se consolidou nos minutos seguintes, com o Ibovespa alcançando os 142.050,62, em alta de 2,04%, às 11h37.
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O movimento foi impulsionado pela combinação de expectativas de cortes de juros no Brasil e nos Estados Unidos e pelo impacto das pesquisas eleitorais no cenário doméstico.
Juros e eleições no radar dos investidores
Segundo analistas, a perspectiva de que o Federal Reserve (Fed) inicie o ciclo de corte nos juros já em setembro contribui para a busca por ativos de risco. No Brasil, parte do mercado já aposta em cortes na Selic em dezembro, antecipando o início de um ciclo de estímulo à economia.
As pesquisas eleitorais também influenciam o humor dos investidores. O levantamento Atlas Intel mostrou vantagem do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), sobre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), reforçando expectativas de uma agenda econômica considerada mais próxima do mercado.
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Para Gabriel Mollo, analista de investimentos do Banco Daycoval, o avanço do Ibovespa reflete uma combinação de fatores.
“É o início do rally da eleição. Sempre que o governador Tarcísio aparecer à frente, o mercado deve responder com alta, já que ele é visto como um candidato com política econômica mais alinhada ao que o mercado espera”, afirmou Mollo.
O analista também destacou que os dados econômicos recentes dos Estados Unidos reforçam a expectativa de cortes de juros pelo Fed, ao mesmo tempo em que crescem as apostas de redução da Selic no Brasil no início de 2026 ou até no fim de 2025. “Esse cenário soma-se ao desempenho forte de bancos e varejistas, que puxaram a Bolsa para um novo recorde”, concluiu.
Setores em destaque no Ibovespa
O setor financeiro lidera as altas, refletindo a percepção de que um ambiente de juros mais baixos favorece bancos e a própria B3. Entre os destaques estão: Bradesco ON (+1,99%); Banco do Brasil (+2,18%); Itaú PN (+1,89%); Santander (+1,91%); e BTG Pactual (+2,13%). A própria B3 avançou 3,55%.
As varejistas também avançam em bloco, apoiadas na queda dos juros futuros. Magazine Luiza sobe mais de 7%, seguida por Assaí, Lojas Renner, Natura e Vivara. No setor de construção civil, Cyrela, Direcional e MRV registraram altas consistentes.
As distribuidoras de combustíveis se valorizam após a Operação Carbono Oculto, que atingiu empresas do setor. Raízen avança mais de 10%, enquanto Ultrapar (+7,9%), Vibra (+6%) e Cosan (+5%) também registraram ganhos relevantes.