O índice de preços de gastos com consumo (PCE, na sigla em inglês) dos Estados Unidos, métrica de inflação preferida do Federal Reserve (Fed), subiu 0,2% em julho em relação ao mês anterior, quando registrou alta de 0,3%, conforme informou o Departamento do Comércio nesta sexta-feira (29).
Na comparação com julho de 2024, o PCE avançou 2,6%. O resultado veio em linha com as estimativas dos analistas, que previam alta de 0,3% em julho e de 2,9% na comparação anual.
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Núcleo da inflação também avança
O núcleo do PCE, que exclui alimentos e energia por serem itens mais voláteis, cresceu 0,3% em julho, replicando a variação da leitura anterior.
Na base anual, a alta foi de 2,9%, acima dos 2,8% registrados em junho, mas dentro do consenso.
Renda e consumo dos americanos segue em alta
A renda pessoal dos norte-americanos avançou 0,4% em julho frente a junho, equivalente a US$ 112,3 bilhões. Em junho, foi constatado crescimento de 0,3%.
Os gastos com consumo aumentaram 0,5% em julho, proporcional a US$ 108,9 bilhões, também em linha com as projeções, acelerando em relação aos 0,4% registrados no mês anterior.
Considerando o efeito da inflação, os gastos reais subiram 0,3% em julho, depois de um avanço mais moderado de 0,1% em junho.
Segundo o Departamento de Comércio, parte da expansão veio das liquidações de verão, em especial pelo Prime Day da Amazon, além do período de volta às aulas, que tradicionalmente eleva o consumo no país.
O relatório mostra ainda que os gastos com automóveis e com serviços financeiros, apoiados pelo bom desempenho do mercado de ações, responderam por grande parte da expansão em julho.
Tarifas pressionam inflação e custos das empresas
O aumento da inflação subjacente foi influenciado pelas tarifas sobre importações impostas pelo presidente Donald Trump, que encareceram produtos e aumentaram os custos para empresas.
Apesar disso, economistas avaliam que o impacto pode ser temporário, uma vez que muitas companhias ainda estão vendendo estoques adquiridos antes da aplicação das tarifas.
Além disso, parte das empresas absorveu os custos adicionais para evitar repasse imediato aos consumidores.
Mercado de trabalho mais fraco
Os gastos continuam sustentados por uma taxa baixa de demissões, o que favorece ganhos salariais. Porém, empregadores têm demonstrado cautela para ampliar contratações diante da incerteza econômica.
Nos últimos três meses até julho, os ganhos de emprego foram em média de 35 mil vagas por mês, número bem inferior às 123 mil criadas no mesmo período de 2024, segundo dados do governo.
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Perspectivas para a próxima decisão sobre os juros
Os dados do índice de preços de gastos com consumo (PCE) devem ajudar a direcionar as próximas decisões de política monetária dos Estados Unidos.
Na semana passada, o chair do Federal Reserve, Jerome Powell, afirmou que há possibilidade de corte de juros na próxima reunião do FOMC marcada para 16 e 17 de setembro.
Powell destacou que os riscos no mercado de trabalho aumentaram, mas ressaltou que a inflação continua sendo uma preocupação.
Atualmente, a taxa básica de juros está mantida na faixa de 4,25% a 4,50% ao ano, conforme patamar definido em dezembro.