O Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores, encerrou o pregão desta quarta-feira (10) em alta de 0,52%, aos 142.348 pontos, impulsionado por dados fracos de inflação tanto no Brasil quanto nos Estados Unidos.
O IPCA de agosto, índice oficial de inflação no Brasil, registrou queda de 0,11%, marcando a primeira deflação do ano, mas ainda acima da meta de 3% estabelecida pelo Banco Central (BC).
Nos Estados Unidos, a inflação ao produtor (PPI) recuou 0,01% em agosto, abaixo das previsões do mercado e reforçando as expectativas de que o Federal Reserve (Fed) inicie o ciclo de corte de juros na próxima semana.
Outro fator que influenciou o desempenho do índice foi o cenário político: o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Luiz Fux, votou pela absolvição do ex-presidente Jair Bolsonaro e outros réus acusados de trama golpista, aliviando os temores sobre possíveis retaliações dos Estados Unidos.
Na Bolsa, a Vale encerrou o pregão em alta de 0,69% e a Petrobras subiu 2,56% (ON) e 1,81% (PN), acompanhando a valorização do petróleo em meio às tensões com a Rússia e no Oriente Médio. Já no setor financeiro, os destaques foram Banco do Brasil, que avançou 3,04% e Bradesco, que fechou em queda de 0,83% (ON) e 0,71% (PN).
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Nesta quinta-feira (11), o mercado internacional aguarda a decisão de política monetária do Banco Central Europeu (BCE), com expectativa de manutenção do juro da Zona do Euro em 2%.
Nos Estados Unidos, a expectativa é para o CPI de agosto, após o recuo dos preços ao produtor reforçar apostas em mais cortes do juro.
No Brasil, a atenção está voltada para o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro, que entra na fase final com os votos de Cármen Lúcia e Cristiano Zanin a partir das 14h, após Luiz Fux tê-lo absolvido de todas as acusações.
Na agenda econômica, destaque para a divulgação de dados do varejo restrito e vendas no varejo ampliado de julho e o levantamento Sistemático da Produção Agrícola de agosto.
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Manchetes desta manhã
- Fux diverge de Moraes e vota por absolver Bolsonaro dos crimes da trama golpista (Valor)
- Primeiro-vice-ministro da China deve chefiar delegação na COP30, em Belém (Folha)
- Trump culpa retórica da ‘esquerda radical’ pelo assassinato de Charlie Kirk (Estadão)
- STF: 7 dos 11 ministros consideram inconstitucional anistiar ato antidemocrático ( O Globo)
- Iberdrola comprará fatia da Previ na Neoenergia (Valor)
Mercado global
As Bolsas da Europa operam em alta à espera da decisão de política monetária do BCE, com a expectativa de que as taxas permaneçam inalteradas. Os investidores também acompanham a divulgação do CPI de agosto dos EUA, que pode calibrar as apostas sobre o corte de juros pelo Fed.
A Kering avançou 2,4% após revisar o acordo de acionistas da Valentino, adiando para 2028-2029 as opções de venda da Mayhoola (70%) e de compra da própria Kering. A estrutura acionária segue inalterada até 2028, reduzindo a pressão de curto prazo sobre a controladora endividada.
Na Ásia, a maioria das praças encerraram o pregão desta quinta-feira em forte alta com o desempenho das ações de tecnologia e após novo recorde do S&P 500 e do Nasdaq na véspera.
Alta importante das ações da Oracle ajudou a puxar para cima os índices chineses, especialmente o Shenzhen, que saltou 3,36%, além do Xangai, que registou alta de 1,65%.
No Japão, as ações do Softbank Group ajudaram o fechamento positivo do Nikkei em 1,33%. O destaque negativo foi do índice Hang Seng, em Hong Kong, que fechou em queda de 0,43%.
Em Nova York, os índices futuros têm alta moderada, com investidores cautelosos à espera do CPI de agosto, dado visto como decisivo para o corte de juros do Fed na próxima semana.
Confira os principais índices do mercado:
•S&P 500 Futuro +0,2%
•FTSE 100 +0,5%
•CAC 40 +0,8%
•Nikkei 225 +1,2%
•Hang Seng -0,4%
•Shanghai SE Comp. +1,7%
•MSCI World estável
•MSCI EM estável
•Bitcoin +0,4% a US$ 114051,69
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Commodities
- Petróleo: recua após a Agência Internacional de Energia (AIE) afirmar que espera um excedente de petróleo ainda maior do que o previsto, à medida que o crescimento da oferta continua superando a demanda.
AIE revisou para cima oferta de petróleo para 2026 após a decisão da Opep+ de aumentar novamente a sua produção, tomada no fim de semana passado. A oferta mundial será de 2,7 milhões de barris diários este ano e de 2,1 milhões em 2026.
O Brent em queda de 0,25%, cotado a US$ 67,32 e o WTI em baixa de 0,27%, a US$ 63,50 o barril. - Minério de ferro: fechou em queda de 0,81% em Dalian, na China, cotado a US$ 111,65/ton. Em Singapura, os contratos futuros caem 1,45%, cotados a US$ 105,45/ton e o mercado à vista cede 1,13%, cotado a US$ 105,25/ton.
Cenário internacional
Nos EUA, após a divulgação do PPI com deflação abaixo do esperado nesta quarta-feira, Donald Trump voltou a pressionar o Fed por cortes de juros, dizendo que o dirigente da instituição, Jerome Powell é um “desastre total”.
Ainda no contexto político, Stephen Miran, indicado por Trump ao Fed, foi confirmado pelo Senado americano. Ele cumprirá um mandato-tampão até janeiro no lugar de Adriana Kugler, que renunciou ao cargo.
O Banco Central Europeu (BCE) se reúne nesta quinta-feira para definir a política monetária, e a expectativa é de manutenção da taxa de juros, mesmo diante da recente instabilidade política na França.
Cenário nacional
No Brasil, a agenda econômica traz os dados de varejo, apontando sobre o ritmo de consumo das famílias em meio a uma inflação que ainda pressiona e juros elevados que afetam o crédito.
No contexto das tarifas comerciais, a Frente Nacional de Prefeitos (FNP) enviou ofício a Geraldo Alckmin, pedindo crédito extraordinário de R$ 1 bilhão para que municípios comprem gêneros alimentícios afetados pelo tarifaço dos Estados Unidos.
No âmbito da reforma tributária, o senador Eduardo Braga (MDB-AM) apresentou ontem regras para tributação de Fundos de Investimento Imobiliário (FIIs) e Fundos do Agronegócio do Brasil (Fiagros).
Na agenda do dia, a Secretaria de Política Econômica do Ministério da Fazenda fará coletiva às 16h30, para apresentação do Boletim Macrofiscal, com previsões de indicadores macroeconômicos, além da divulgação do Panorama Macroeconômico.
Ainda nesta quinta-feira, o presidente Lula se encontra com o vice-presidente Geraldo Alckmin e com o ministro da Casa Civil, Rui Costa; e o presidente do Banco Central (BC), Gabriel Galípolo, participa de reunião com representantes do Conselho de Desenvolvimento Econômico Sustentável (CDESS).
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Destaques no mercado corporativo
- Oracle: ações dispararam quase 36% após triplicar carteira de pedidos com demanda de inteligência artificial.
- BTG Pactual: negou envolvimento em compra de participação na Cosan após questionamento da CVM.
- Cosan: avalia venda de ativos e busca sócios para reduzir endividamento.
- Alpargatas: aprovou redução de capital social em R$ 850 milhões, com devolução aos acionistas.
- Oncoclínicas: recebeu carta da Starboard manifestando interesse em reestruturação financeira.
- IRB Brasil: teve rating elevado pela S&P de brAA+ para brAAA, com perspectiva estável.
