Em agosto de 2025, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), importante indicador econômico brasileiro, apresentou deflação de -0,21%. Essa queda foi a primeira desde agosto de 2024, que havia registrado -0,14%. O INPC segue sob constante vigilância de analistas e economistas, pois serve de referência para o ajuste salarial de diversas categorias no Brasil. Tal redução dos preços reflete uma desaceleração iniciada em fevereiro, quando o índice era de 1,48%.
Dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostram que este é o sexto mês seguido de enfraquecimento do INPC. No acumulado de 12 meses, o resultado foi de 5,05%, inferior aos 5,13% registrados até julho. O índice é de particular relevância para famílias com renda de até cinco salários mínimos, diferindo do IPCA, que contempla famílias de até 40 salários mínimos, evidenciando realidades distintas dentro da economia nacional.
Principais fatores da deflação de agosto

Um dos fatores essenciais para a queda do INPC em agosto foi a forte redução nos custos de habitação, que recuaram 1,04% e impactaram o índice em -0,18 ponto percentual. A queda se deve, em grande parte, à diminuição da conta de luz, resultado do Bônus Itaipu que ofereceu descontos consideráveis aos consumidores. Este alívio mitigou os efeitos típicos das tarifas mais altas, especialmente da bandeira vermelha 2.
Outro destaque foi a deflação dos alimentos, a terceira consecutiva, de -0,54%, que contribuiu com -0,13 ponto percentual no índice geral. Como o peso dos alimentos no INPC é de 25%, variações neste grupo têm grande impacto. Isso se reflete no cotidiano das famílias de menor renda, tornando a alimentação um fator-chave no orçamento familiar.
- Redução de custos de habitação e energia elétrica.
- Terceira deflação seguida nos preços dos alimentos básicos.
- Maior peso dos alimentos no cálculo do INPC.
- Influência direta dos descontos temporários na conta de luz.
Impacto social do INPC
O INPC exerce papel central na economia ao servir como referência para reajustes anuais de salários e benefícios, como o salário mínimo, seguro-desemprego e teto do INSS. Milhões de brasileiros dependem da manutenção do poder de compra proporcionada por esses ajustes fundamentados na variação do índice.
A coleta de preços para o INPC ocorre em diversas cidades, incluindo capitais e regiões metropolitanas, o que garante um levantamento amplo e representativo. Isso faz do INPC um importante instrumento para monitorar a inflação sentida pelas famílias de menor poder aquisitivo.
- Base para reajustes do salário mínimo e benefícios sociais.
- Monitoramento da inflação em faixas de renda mais baixas.
- Levantamento abrangente realizado pelo IBGE.
- Reflete as pressões econômicas no consumo básico da população.
Diferenças fundamentais entre INPC e IPCA
Apesar de ambos medirem a inflação, o INPC e o IPCA diferenciam-se pelo público e os produtos analisados. O INPC foca em famílias com até cinco salários mínimos e dá maior peso a alimentos e despesas essenciais, refletindo mais diretamente a realidade da população de baixa renda.
Já o IPCA, considerado a inflação oficial, abrange famílias até 40 salários mínimos e inclui itens de consumo menos essenciais, como passagens aéreas. Assim, o IPCA proporciona um panorama mais amplo do custo de vida em geral no Brasil, mas pode não captar totalmente pressões sobre orçamentos mais modestos.
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Perspectivas e desafios para o INPC nos próximos meses
Com a divulgação dos índices de agosto de 2025, especialistas avaliam que o ciclo de deflação pode indicar espaço para políticas de reajuste mais cautelosas, evitando pressões inflacionárias futuras. No entanto, a volatilidade dos preços de energia e alimentos ainda representa um desafio para a estabilidade dos índices nos próximos meses.
Para as famílias, particularmente aquelas de menor renda, o acompanhamento do INPC é essencial para o planejamento financeiro. Já para o governo e setor produtivo, os dados servem como termômetro para políticas de ajuste salarial e definição de benefícios, ajudando a promover equilíbrio na economia.