O Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores, encerrou o pregão desta segunda-feira (22) em queda de 0,52%, aos 145.109,25 pontos, pressionado por novas sanções dos Estados Unidos ao Brasil.
As retaliações à condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro previamente avisadas pelos Estados Unidos vieram por meio da Lei Magnitsky (que prevê sanções contra pessoas e entidades acusadas de corrupção ou violações de direitos humanos). O alvo foi Viviane Barci de Moraes, esposa do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
Também foram anunciadas novas restrições de vistos a autoridades brasileiras, no entanto os nomes não foram divulgados.
Entre os destaques do Ibovespa, as blue chips ajudaram a sustentar o índice, com Vale encerrando em alta de 0,14% e, Petrobras valorizando 1,07% (ON ) e 1% (PN).
Já o setor financeiro, afetado pela tensão em meio às sanções dos EUA, encerrou a sessão com desempenho misto, com destaque para Itaú, que fechou em queda de 1,44% (PN), Banco do Brasil, que caiu 0,51% (ON) e para Bradesco, que seguiu em sentido contrário, fechando em alta de 0,26% (ON) e 0,17% (PN).
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No mercado internacional, as atenções estão voltadas à abertura da Assembleia Geral da ONU, com discurso do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em meio à escalada das tensões políticas entre o Brasil e os Estados Unidos.
Os investidores também aguardam pelo discurso do presidente do Federal Reserve (Fed), Jerome Powell, que deve direcionar as expectativas sobre as próximas decisões de política monetária dos EUA.
No Brasil, a agenda desta terça-feira (23) inicia com a divulgação da ata da 273ª Reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) realizada nos dias 16 e 17 de setembro, que decidiu por unanimidade manter a taxa básica de juros em 15% ao ano.
No cenário político, as novas sanções contra a esposa do ministro Alexandre de Moraes e outras sete pessoas ligadas a ele aumentam a pressão sobre bancos brasileiros, que agem com cautela diante do risco de punições pela Lei Magnitsky.
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Manchetes desta manhã
- Casa Branca amplia sanções e inclui esposa de Moraes na Lei Magnitsky (Valor)
- PGR denuncia Eduardo e aliado pelo crime de coação da Justiça (O Globo)
- Hugo Motta barra indicação de Eduardo Bolsonaro como líder da minoria, e deputado pode ser cassado (Folha)
- Banco Central: Copom reforça em ata necessidade de manter ‘juro restritivo por mais tempo’ (Estadão)
- União tenta no STF validar inclusão de tributos no PIS/Cofins (Valor)
Mercado global de olho no Fed
As Bolsas da Europa avançam com o impulso de Wall Street, que manteve tendência positiva após o corte de juros dos EUA, enquanto o mercado aposta em novas reduções ainda este ano.
Investidores aguardam para esta terça-feira as falas de dirigentes do Fed, incluindo Raphael Bostic e Michelle Bowman, mas o destaque serão os comentários de Jerome Powell, cruciais para calibrar o sentimento no curto prazo.
No setor corporativo, a Burberry volta a integrar o FTSE 100 de Londres, que subia há pouco 0,12%.
Na Ásia, a sessão desta terça-feira encerrou de forma mista, com o mercado do Japão fechado em razão de feriado local.
Nas demais praças, as bolsas chinesas recuaram, com Xangai em -0,18%, Shenzhen em -0,29% e o Hang Seng, em Hong Kong, em -0,70%.
Já na Coreia do Sul e em Taiwan, os índices fecharam em alta, impulsionados pelo interesse dos investidores no setor de chips para IA.
Em Nova York, os índices futuros buscam a estabilidade após o S&P 500 renovar recorde na véspera, apoiado pelo otimismo com a inteligência artificial e a parceria entre Nvidia e OpenAI.
Confira os principais índices do mercado:
•S&P 500 Futuro -0,1%
•FTSE 100 estável
•CAC 40 +0,6%
•Nikkei 225 +1%
•Hang Seng -0,7%
•Shanghai SE Comp. -0,2%
•MSCI World +0,1%
•MSCI EM +0,1%
•Bitcoin +0,1% a US$ 112947,25
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Commodities
- Petróleo: sobe com os baixos estoques prevalecendo sobre um acordo entre Iraque e Curdistão. Os governos federal do Iraque e regional curdo chegaram a um acordo com empresas petrolíferas para retomar as exportações de petróleo bruto via Turquia. O acordo está sujeito a aprovação, mas permitirá retomada de exportações de cerca de 230 mil bpd do Curdistão (suspensas desde março de 2023).
O Brent/nov sobe 0,99%, cotado a US$ 67,23 e o WTI/nov valoriza 1,14%, a US$ 62,99 - Minério de ferro: fechou em queda de 1,23% em Dalian, na China, cotado a US$ 112,87/ton. Em Singapura, os contratos futuros caem 0,47%, cotados a US$ 106,10/ton e o mercado à vista recua 0,05%, cotado a US$ 105,70/ton.
Cenário internacional acompanha a Assembleia Geral da ONU
Os mercados acompanham a abertura da Assembleia Geral da ONU em Nova York, com os discursos de Lula e Donald Trump previstos para hoje.
O evento ocorre em meio ao aumento das tensões comerciais entre os dois países e com expectativa de que os líderes se encontrem para conversar.
Outro ponto de atenção é o risco de paralisação do governo americano antes do prazo de 30 de setembro, após o Senado rejeitar na semana passada propostas para financiar temporariamente o governo federal.
Ainda em relação aos Estados Unidos, o Secretário do Tesouro, Scott Bessent, disse que linhas de swap, compras diretas de moeda e compras de dívida pública denominada em dólares norte-americanos poderiam ser usadas para apoiar a Argentina, que ele rotulou como um “aliado sistêmico importante na América Latina”.
Na agenda econômica, destaque para a divulgação dos PMIs Compostos dos Estados Unidos, da zona do euro e do Japão.
Cenário nacional acompanha discurso de Lula na Assembleia Geral da ONU
O presidente Lula abre os discursos da Assembleia Geral da ONU em Nova York. Ontem, em entrevista a um canal da TV americana, ele disse que quando tentou negociar sobre as tarifas ao Brasil, ouviu de todos os representantes comerciais dos Estados Unidos que essa era uma questão política.
Entre indicadores econômicos importantes, o Ministério da Fazenda publica o resultado da arrecadação federal de agosto, detalhando quando o governo arrecadou de impostos e contribuições.
No campo fiscal, o governo federal aumentou a contenção total de gastos do Orçamento de R$ 10,7 bilhões para R$ 12,1 bilhões, segundo relatório bimestral de avaliação de receitas e despesas.
Em pauta no Congresso, o governo negocia a manutenção da isenção de Imposto de Renda para debêntures, CRI e CRA. A medida representaria recuo em relação à proposta inicial de cobrança de 5% sobre esses títulos.
Na agenda política desta terça-feira, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, concede entrevista ao site ICL Notícias e participa do Congresso sobre direito tributário.
O presidente do Banco Central (BC), Gabriel Galípolo, também tem agenda pública, com reunião entre os presidentes da Federação Brasileira de Bancos (Febraban). A audiência será por videoconferência, a partir das 18h30.
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Destaques no mercado corporativo
- Suzano e Kimberly- Clark: o Cade aprovou, sem restrições, a criação de uma joint-venture global entre as empresas.
- Embraer: os papéis da companhia registraram forte alta na esteira da encomenda da LATAM.
- Marfrig e BRF: anunciaram a conclusão da fusão das companhias, criando a MBRF, que será listada a partir de hoje na B3.
- Marfrig: Miguel de Souza Gularte assume como CEO global após incorporação da BRF.
- Invepar/Lamsa: prorrogaram acordo de suspensão de dívidas com credores até 6/10.
- Localiza: aprovou JCP de R$ 543,4 milhões (R$ 0,5153/ação), pagamento em 18/11.