O dólar fechou esta terça-feira (23) em queda de 1,11%, a R$ 5,28, menor nível desde junho de 2024. O real liderou os ganhos entre moedas emergentes, após sinais de aproximação diplomática entre o presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, e o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.
Segundo Trump, há uma “boa química” entre os dois, o que elevou a expectativa de negociações tarifárias. O Palácio do Planalto confirmou que os presidentes tiveram uma breve conversa amistosa durante a Assembleia-Geral da ONU e que trabalham para marcar uma reunião nos próximos dias, por telefone ou videoconferência.
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A recuperação do petróleo, com alta de mais de 1% após quatro sessões consecutivas de queda, também deu suporte ao real. O movimento contrastou com o índice DXY, que mede o desempenho do dólar frente a seis moedas fortes, em queda de 0,12%. Confira o gráfico DXY (em tempo real):
Além do cenário externo, o real foi favorecido pelo fluxo positivo de exportações e pelas intervenções do Banco Central com leilões de swap cambial. Na agenda fiscal, a arrecadação federal de agosto somou R$ 208,8 bilhões, abaixo das estimativas de mercado.
Impacto do cenário externo no dólar
O mercado acompanhou ainda declarações do presidente do Federal Reserve (Fed), Jerome Powell. Ele afirmou que houve enfraquecimento no emprego nos EUA e rejeitou pressões políticas sobre o banco central.
Com a queda nos juros dos Treasuries — títulos da dívida americana —, aumenta o diferencial de juros entre Brasil e Estados Unidos, fator que tende a atrair capital estrangeiro e valorizar o real.
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Copom mantém cautela
No Brasil, a ata do Comitê de Política Monetária (Copom) reconheceu queda incipiente nas expectativas de inflação do relatório Focus. No entanto, reforçou que a reancoragem da inflação ainda depende da manutenção dos juros elevados.
O Itaú avaliou em relatório que o documento sinaliza cautela, sem alterar a projeção de início do ciclo de cortes de juros, previsto pelo banco para janeiro de 2026.