O mercado brasileiro de cerveja perdeu força no início do terceiro trimestre de 2025, segundo relatório do Citi. Dados preliminares da consultoria Nielsen para julho e agosto mostram uma queda de 6,9% no volume total vendido no país na comparação anual.
No acumulado do ano, a retração é de 2,4%. A Ambev (ABEV3), principal empresa do setor no país, registrou queda de 7,1% no volume vendido nos dois primeiros meses (julho e agosto) do 3º trimestre. No ano, a queda é de 4,5% como apontou o Citi.
Para os dados finais do trimestre — que serão divulgados em 30 de outubro —, o banco espera que a falta de impulso e de visibilidade para o lucro da Ambev marquem o balanço.
O Citi mantém recomendação neutra para as ações da Ambev, com preço-alvo de R$ 12,60, representando um potencial de valorização de 6,1% em relação ao último fechamento, de R$ 11,88.
Receita da Ambev resiste, enquanto volume cai
Apesar da queda no volume de vendas em 2025, a Ambev (ABEV3) manteve o faturamento positivo com o avanço do preço/mix em 5,8%, acima da inflação medida pelo IPCA (4,6%).
Para a analista Renata Cabral, a desaceleração reflete uma rotação entre marcas — com consumidores migrando de rótulos tradicionais para outras opções — e o clima mais frio em parte do país, que reduziu o consumo.
A Ambev encerrou agosto com 61,1% da receita do setor. O mix estimado de vendas no varejo foi composto por 18% de produtos premium, 79% core e 2% econômicos.
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Concorrência no mercado de cerveja mantém espaço
A Heineken apresentou volume praticamente estável (-0,9% no bimestre, +4,5% no ano), com preço/mix de 2,6%, abaixo do IPCA. A participação de mercado da marca ficou em torno de 27%, com predominância de rótulos premium (63%).
O Grupo Petrópolis, dono de marcas como Itaipava e Petra, teve queda de 16,6% nos volumes no bimestre e 6,7% no acumulado do ano, mesmo com avanço de 4,4% em preço/mix. A participação de mercado caiu 75 pontos-base, para 7,6%.