O dólar à vista disparou nesta sexta-feira (10) e atingiu R$ 5,51, o maior nível em quase dois meses, influenciado por uma soma de fatores, que vão desde o cessar-fogo em Gaza até as ameaças inesperadas de Donald Trump contra a China.
Além disso, um dos estopins para a moeda norte-americana disparar cerca de 2% no início da tarde foi a notícia divulgada pelo Estadão/Broadcast, de que o governo prepara um “pacote de bondades” de R$ 100 bilhões para 2026, ano de eleições presidenciais.
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O plano inclui ampliação de programas sociais, isenções tributárias e novas linhas de crédito, mas sem definição clara sobre a fonte de recursos.
Pacote de R$ 100 bilhões afeta confiança
Segundo analistas, a medida aumenta o risco de deterioração das contas públicas e afeta a confiança dos investidores. “Haveria uma piora nos gastos e um pacote de benefícios sociais aumentaria a chance de reeleição do presidente Lula”, avalia Jefferson Rugik, diretor da Correparti.
O economista Fabrizio Velloni, da Frente Corretora, explica que o ruído fiscal amplia a busca por proteção cambial: “O governo não tem planos de cortar gastos e parece ter poucas opções para compensar a perda de arrecadação, especialmente após a derrubada da MP do IOF.”
Em meio às críticas do cenário fiscal, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva criticou a forma como o debate fiscal vem sendo tratado. As falas foram feitas durante o lançamento do novo modelo de crédito imobiliário em São Paulo.
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Segundo ele, há uma “indústria de criar desconfiança no povo” ao enfatizar o déficit público e minimizar indicadores positivos da economia, como crescimento e massa salarial.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, também saiu em defesa da política econômica do governo. “Não se ganha eleição sabotando o País. Estamos entregando o maior ciclo de reformas de crédito da história, com dez inovações em três anos”, disse.
Impactos da pressão de Trump contra a China no dólar
A alta do dólar também é sustentada por fatores externos. As declarações de Donald Trump sobre a possibilidade de novas tarifas à China aumentaram a aversão ao risco nos mercados emergentes.
Em publicação na rede social Truth Social, o presidente norte-americano afirmou que o governo “está calculando um grande aumento das tarifas sobre produtos da China”.
Segundo ele, a medida vem em resposta ao que ele classifica como um movimento “hostil” de Pequim para restringir exportações de elementos estratégicos.
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A China, por outro lado, justificou que o fortalecimento do controle de exportações de itens e tecnologias ligados às terras raras visa “proteger melhor a segurança e os interesses nacionais”.
O movimento coincidiu com a queda de até 3% nos preços do petróleo, após a confirmação de um cessar-fogo em Gaza, que reduziu o prêmio de risco geopolítico.
Bolsas também são afetadas
A ameaça inesperada de Trump contra a China derrubou o otimismo em Wall Street e acendeu o sinal vermelho no mercado.
No Brasil, o Ibovespa recua 0,66% perdendo o patamar dos 141 mil pontos (140.788 pontos). Confira abaixo como estavam os principais índices dos EUA há pouco:









