A B3 (B3SA3) registrou volume financeiro médio diário de R$ 22,931 bilhões em setembro, queda de 0,4% em relação ao mesmo mês de 2024 e 4,5% menor que em agosto, segundo dados operacionais divulgados pela Bolsa nesta terça-feira (14).
O desempenho reflete o ambiente de juros elevados e menor volatilidade nos mercados, fatores que reduziram a negociação de ações no terceiro trimestre.
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As ações da B3 abriram o dia em queda de 0,96% nesta quarta-feira (15), no entanto, passada a primeira hora de negociações, os papéis B3SA3 avança 2,15%, aos R$ 12,82.
Renda variável em queda, renda fixa em alta
O mercado à vista de ações concentrou a maior parte dos negócios, com R$ 22,043 bilhões na média diária — recuo de 0,3% em um ano e 4,2% frente a agosto. O giro de mercado (turnover), que mede a rotação das ações negociadas, ficou em 123,1%, abaixo dos 133,5% registrados em agosto.
O número de contas ativas chegou a 6,185 milhões, alta de 2,4% em 12 meses. Os investidores pessoa física representaram 5,388 milhões de contas, avanço de 3,3% no mesmo período.
Segundo a XP Investimentos, o volume médio diário de ações (ADTV) no trimestre foi o menor para um terceiro trimestre desde 2019, atingindo R$ 21,8 bilhões. A queda de 8,5% nas negociações de ações foi parcialmente compensada pela alta de 41,3% nos BDRs (recibos de ações estrangeiras negociados no Brasil).
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Analistas veem renda fixa sustentando resultados da B3
Para os analistas da XP, Bernardo Guttmann e Matheus Guimarães, a renda fixa tem sido essencial para equilibrar o desempenho da B3.
As novas emissões somaram R$ 5,319 bilhões no trimestre, alta de 12% sobre 2024, enquanto os derivativos de balcão movimentaram R$ 4,335 bilhões, também 12% acima do mesmo período do ano anterior.
A corretora ressalta, porém, que parte do otimismo com a retomada dos volumes já está precificada nas ações da B3. A XP mantém recomendação neutra para o papel, com preço-alvo de R$ 16, o que representa potencial de alta de 27,5%.
Safra projeta queda de receita, mas mantém recomendação de compra
O Banco Safra avaliou como negativa a dinâmica operacional da B3 no terceiro trimestre. Os analistas Daniel Vaz, Maria Luisa Guedes e Rafael Nobre projetam queda de 4% na receita do segmento Markets, que reúne ações e derivativos, na comparação anual.
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A receita líquida total deve somar R$ 2,723 bilhões, praticamente estável ante o mesmo período de 2024. No recorte por segmento, o Safra prevê recuo de 10% em ações e derivativos, compensado por alta de 11% em renda fixa e crédito.
Mesmo com a desaceleração, o Safra mantém recomendação outperform (equivalente a compra) para as ações da B3, com preço-alvo de R$ 17, implicando potencial de valorização de 35%.