Os contratos futuros de café arábica voltaram a subir nesta terça-feira (21) na Bolsa de Nova York (ICE Futures U.S.), com o vencimento de dezembro encerrando o pregão a 413,55 centavos de dólar por libra-peso, alta de 1,85%.
O movimento foi impulsionado por preocupações com o clima nas lavouras do Sudeste brasileiro, onde as temperaturas voltaram a cair, com risco de geadas pontuais na Serra da Mantiqueira.
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Segundo análise de Guto Gioielli, fundador do Portal das Commodities, a frente fria provocou noites frias e dias secos e quentes — uma combinação que afeta o desenvolvimento das floradas. O estresse térmico faz com que o cafeeiro aborte parte das flores, o que pode reduzir o potencial produtivo da próxima safra.
Confira a análise na íntegra:
Risco climático sustenta cotações do café
As lavouras de café em São Paulo e Minas Gerais enfrentam condições atípicas para esta época do ano. As temperaturas mínimas seguem baixas nas primeiras horas do dia, enquanto o ar seco reduz a umidade relativa durante a tarde.
Esse desequilíbrio climático tende a limitar o florescimento e a formação dos frutos, o que pressiona os preços no mercado internacional.
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Gioielli observa que o café tenta testar novamente a faixa dos 420 centavos de dólar por libra-peso, considerada uma resistência técnica importante.
Segundo ele, o mercado ainda reage mais ao comportamento climático do que a questões políticas ou comerciais, como os rumores sobre uma possível reunião entre Donald Trump e o presidente Lula.
Milho e soja recuam após sequência de altas
Os contratos de milho em Chicago (CBOT) encerraram o dia em queda após cinco sessões consecutivas de valorização, influenciados por realização de lucros e expectativas de safra recorde nos Estados Unidos, estimada em mais de 400 milhões de toneladas. O vencimento de dezembro caiu 0,83%, para US$ 4,19 por bushel.
Nos EUA, 59% da colheita já estava concluída até o último domingo (19), segundo levantamento da Reuters — um pouco abaixo dos 62% registrados no mesmo período do ano passado.
A ausência dos relatórios semanais do USDA (Departamento de Agricultura dos EUA), suspensos devido à paralisação do governo, tem aumentado a incerteza no mercado.
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Etanol e biodiesel ganham peso no Brasil
No Brasil, a expansão do etanol de milho e do biodiesel vem alterando o equilíbrio entre oferta e demanda de grãos. A ampliação das usinas e a mistura obrigatória de biodiesel de 15% para 20% no diesel devem elevar o consumo interno de óleo de soja e de milho para biocombustíveis.
Para Gioielli, esse movimento tornou a formação de preços no mercado doméstico mais complexa. “A dinâmica atual é muito diferente do que era há cinco ou dez anos. Hoje, o produtor enfrenta maior competição entre indústria, exportação e biocombustíveis”, explica.
Ele destaca que o avanço do etanol de milho é estrutural, pois o grão pode ser processado durante todo o ano, ao contrário da cana-de-açúcar, que tem colheita concentrada em poucos meses.
No mercado físico, o boi gordo registrou queda para R$ 313 por arroba, após oscilações durante o dia. Gioielli avalia que o contrato pode encontrar suporte nesse patamar, à medida que o mês se aproxima do encerramento e o mercado busca equilíbrio entre oferta e abate.









