Criminosos frequentemente miram em pessoas com 60 anos ou mais, explorando a boa-fé e a confiança para aplicar golpes que causam grandes prejuízos financeiros e emocionais. A melhor defesa contra essas fraudes é a informação, o diálogo constante em família e a adoção de medidas preventivas simples.
Este guia essencial detalha dois dos golpes mais comuns que vitimam os idosos — o falso funcionário de banco por telefone e o falso parente no WhatsApp — e apresenta um plano de ação claro para que filhos, netos e parentes possam blindar seus entes queridos.
Como os 2 principais golpes funcionam
Os criminosos usam a engenharia social para criar histórias convincentes e urgentes, manipulando a vítima para que ela aja por impulso, seja por medo ou por afeto.
1. O golpe do falso funcionário de banco por telefone
Nesta fraude de vishing, um criminoso liga se passando por um gerente ou funcionário do banco. Ele informa sobre um “problema de segurança” grave na conta do idoso (uma compra suspeita, um acesso indevido) e, para “resolver”, o instrui a compartilhar senhas, códigos de segurança (token) ou a fazer uma transferência via PIX para uma “conta segura”. A vítima, acreditando estar protegendo seu dinheiro, acaba entregando o acesso ou o próprio valor ao golpista.
A regra de ouro a ser compartilhada é: bancos nunca ligam para pedir senhas ou para realizar transações. Se receber uma ligação assim, a orientação é desligar imediatamente e, se a dúvida persistir, ligar para o número oficial do banco, que está no verso do cartão.
2. O golpe do falso parente no WhatsApp
Um golpista usa um novo número de WhatsApp com a foto de um familiar (geralmente filho ou neto). Ele envia uma mensagem dizendo que trocou de número e, pouco depois, inventa uma emergência (um problema para pagar uma conta, um pequeno acidente) e pede uma transferência urgente via PIX. A vítima, acreditando estar ajudando um parente em apuros, faz o pagamento para a conta de um laranja.
A regra de ouro a ser combinada em família é: sempre ligue para confirmar. Antes de fazer um PIX para um parente com número novo, é essencial ligar para o número antigo da pessoa para confirmar a história. Uma chamada de voz de um minuto desmascara a fraude.

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Meu familiar foi vítima, e agora? Como ajudar
- Acolha e aja rápido: a primeira atitude é oferecer apoio, reforçando que a culpa é do criminoso, e não da vítima. Em seguida, ajude-a a contatar o banco imediatamente para bloquear contas e cartões e contestar transações (solicitando o MED para o PIX).
- Denuncie o crime: auxilie seu familiar a registrar um Boletim de Ocorrência (B.O.) na Polícia Civil. Sua ajuda é importante para organizar os fatos e reunir as provas, como prints e comprovantes.
- Monitore e previna: ajude a monitorar as contas bancárias e, se for o caso, o extrato de empréstimos no aplicativo Meu INSS. Use a situação como uma oportunidade para, com calma, reforçar as dicas de segurança.
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Como proteger quem você ama: a prevenção é um ato de cuidado
A melhor proteção para os idosos é o diálogo familiar e a informação. Crie um ambiente de confiança onde eles se sintam à vontade para perguntar e contar sobre qualquer abordagem suspeita.
- Crie uma “palavra de segurança” em família para confirmar pedidos de dinheiro.
- Ajude a ativar a “verificação em duas etapas” no WhatsApp do seu familiar.
- Reforce constantemente as regras de ouro: bancos não ligam e pedidos de PIX de parentes com número novo devem ser confirmados por voz.
- Ofereça-se para verificar ligações ou mensagens suspeitas antes que seu familiar tome qualquer atitude.
Este guia serve como um alerta educacional. Para mais dicas, consulte as cartilhas da FEBRABAN e do Procon. Lembre-se que, em caso de fraude, a atitude correta é sempre denunciar e, acima de tudo, amparar a vítima.