Após oscilar pela manhã, o dólar à vista encerrou o pregão desta quarta-feira (22) em leve alta de 0,12%, cotado a R$ 5,39, pressionado pela piora do apetite ao risco no exterior e pela incerteza fiscal no Brasil.
No mês, a moeda acumula valorização de 1,39%, mas ainda registra queda de 12,67% no ano, o melhor desempenho entre as divisas latino-americanas no período.
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Cautela com cenário fiscal e medidas de arrecadação influenciam no dólar
O movimento de alta coincidiu com a discussão de projetos fiscais no Congresso, como o que dobra a taxação sobre as bets, de 12% para 24%, aprovado nesta quarta-feira pela Comissão de Finanças e Tributação (CFT). O texto pode ir ao plenário da Câmara em regime de urgência.
A economista-chefe do Ouribank, Cristiane Quartaroli, avalia que o mercado adotou postura mais defensiva diante da expectativa pela votação dessas medidas. “O dólar deu uma piorada à tarde sem um motivo específico, mas há cautela com o cenário fiscal e as discussões de arrecadação”, afirmou.
Governo tenta recompor receitas após MP caducar
Mais cedo, o secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Dario Durigan, afirmou que os novos projetos substitutos da MP 1.303 devem manter o mesmo potencial de arrecadação e corte de despesas — cerca de R$ 31,6 bilhões no total.
A medida provisória, que previa restrições às compensações tributárias e mudanças na tributação de fintechs e apostas esportivas, perdeu validade em 8 de outubro após não ser votada pelo Congresso.
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No campo fiscal, o ministro do Tribunal de Contas da União (TCU), Benjamin Zymler, sugeriu flexibilizar a obrigação de perseguir o centro da meta de resultado primário em 2025. A proposta busca evitar um contingenciamento de cerca de R$ 30 bilhões neste ano, segundo fontes da Broadcast.
Para Reginaldo Galhardo, gerente de câmbio da Treviso Corretora, o quadro fiscal segue limitando o avanço do real. “Existem muitas dúvidas sobre como o governo vai fechar as contas após a derrubada da MP. Também há temor de medidas populistas com foco eleitoral”, disse.
Fluxo cambial negativo e tensão externa
O Banco Central informou que o fluxo cambial em outubro, até o dia 17, está negativo em US$ 1,514 bilhão, com saídas líquidas de US$ 4,789 bilhões pelo canal financeiro. No ano, o saldo total é negativo em US$ 18,857 bilhões.
Lá fora, o índice DXY, que mede o desempenho do dólar frente a uma cesta de seis moedas fortes, subia 0,40%, a 98,96 pontos.
O avanço da moeda americana ocorreu mesmo com a alta de mais de 2% nos preços do petróleo e a queda de outras divisas emergentes, como o peso colombiano, afetado pela crise diplomática com os EUA. Confira o gráfico DXY (em tempo real):
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