A prévia da inflação de outubro, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15), subiu 0,18%, abaixo da taxa de 0,48% registrada em setembro, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O resultado divulgado nesta sexta-feira (24) ficou menor que a mediana das projeções do mercado, de 0,24%.
- Casa, comércio ou indústria: todos podem economizar no mercado livre de energia. Descubra como!
No ano, o IPCA-15 acumula alta de 3,94%, e em 12 meses, a variação é de 4,94%, inferior aos 5,32% do período anterior. A maior contribuição positiva veio do grupo Transportes, com alta de 0,41% e impacto de 0,08 ponto percentual no índice, impulsionado por combustíveis e passagens aéreas.
Combustíveis e energia explicam o resultado do IPCA-15
Os preços do etanol subiram 3,09% e os da gasolina, 0,99%, enquanto o gás veicular recuou 0,40%. Já no grupo Habitação, a energia elétrica residencial caiu 1,09% após a volta da bandeira tarifária vermelha patamar 1, que adiciona R$ 4,46 a cada 100 kWh consumidos.
Para o economista Maykon Douglas, a redução do preço da gasolina anunciada nesta semana pela Petrobras (PETR4) trará impacto baixista acumulado entre 9 e 10 bps na inflação em 2025.
Alimentação e bebidas recuaram 0,02%, influenciadas pela queda em itens como cebola, arroz e leite longa vida. No entanto, frutas e óleo de soja subiram, limitando a deflação do grupo.
- Outros investidores já estão copiando a operação com café que rendeu R$ 25 mil no mês — saiba como ativar agora o Copy Invest.
Economistas veem resultado como positivo
Para Rafael Cardoso, economista-chefe do Banco Daycoval, o resultado veio como uma “surpresa positiva”, já que o índice ficou 0,05 ponto percentual abaixo da projeção da instituição. Ele destacou melhora nos preços administrados, com destaque para energia elétrica e combustíveis.
Segundo Leonardo Costa, economista do ASA, o recuo foi sustentado pela queda em alimentação e bebidas pelo quinto mês seguido, compensando as pressões em energia e transportes. “A desaceleração foi explicada principalmente pela queda em carnes e arroz”, avaliou.
O Bradesco afirmou em relatório que o movimento de desaceleração foi amplo e generalizado, indicando que a redução da inflação não está restrita ao câmbio. O banco espera que o IPCA encerre o ano em 4,5%.
Juros devem seguir estáveis por enquanto
A Capital Economics destacou que, apesar da desaceleração, a inflação de serviços segue elevada, em torno de 6,3% ao ano, o que mantém o Banco Central em posição cautelosa.
- Tem precatórios a receber? Saiba que possível sair da fila e transformar em dinheiro já. Clique aqui e simule a venda.
Segundo Liam Peach, economista da consultoria, a inflação deve oscilar perto de 5% até o fim do ano, com espaço para cortes de juros apenas no início de 2026. Ele projeta que a Selic, hoje em 15%, possa cair para 11,25% até o fim do próximo ano.
O economista do Inter, André Valério, também prevê continuidade do processo de desinflação, puxado por menores pressões em combustíveis e energia. O banco projeta alta de 4,7% para o IPCA de 2025 e início da flexibilização monetária em janeiro.
Já André Perfeito ponderou que, embora o resultado do IPCA-15 seja positivo, o Banco Central deve manter o foco em horizontes mais longos. “O horizonte relevante é 2027. Corte de juros apenas em 2026”, afirmou.









