Criminosos utilizam táticas sofisticadas em caixas eletrônicos (ATMs) para roubar dados, clonar ou prender cartões e aplicar golpes de engenharia social. A fraude mais comum envolve a instalação de dispositivos conhecidos como “chupa-cabra” e a presença de cúmplices que oferecem “falsa ajuda” às vítimas. Este golpe é perigoso porque acontece em um ambiente que deveria ser seguro, pegando a pessoa em um momento de distração.
Como os criminosos preparam o caixa eletrônico?
Os golpistas instalam um dispositivo, popularmente chamado de “chupa-cabra“, sobre a entrada original do cartão. Este aparelho é projetado para copiar os dados da tarja magnética do seu cartão assim que ele é inserido.
Para capturar a sua senha, eles utilizam dois métodos: uma microcâmera escondida (em um porta-folhetos falso ou no teto do caixa) ou um teclado falso sobreposto ao original. Ambos registram a digitação da sua senha de quatro ou seis dígitos.
Outra armadilha comum é o “laço” ou “pescador”. Trata-se de um mecanismo que prende fisicamente o seu cartão dentro do caixa, fazendo você acreditar que o terminal “engoliu” o cartão.

Qual é a principal tática de engenharia social usada no local?
A fraude raramente é só tecnológica; ela quase sempre envolve a engenharia social. Quando o seu cartão fica preso (pelo “laço” que o golpista instalou), um criminoso bem-vestido se aproxima rapidamente, fingindo ser um cliente ou “funcionário do banco” disposto a ajudar.
Essa pessoa sugere que você ligue imediatamente para a “central de segurança” para bloquear o cartão. Convenientemente, há um adesivo falso colado no caixa eletrônico com um número 0800, que na verdade pertence à quadrilha.
Ao ligar para o número falso, o golpista do outro lado da linha (o “falso atendente”) pedirá que você “confirme” sua senha para “efetuar o bloqueio”. Com a senha em mãos e o cartão preso no caixa, o criminoso retira o cartão assim que você se afasta e realiza saques e compras.
Quais sinais de alerta todos ignoram no terminal?
O sinal mais ignorado é a aparência física do caixa. Antes de inserir o cartão, verifique se o leitor de cartão está solto, torto, com rebarbas, cor diferente ou resíduos de cola. Leitores legítimos são firmes e integrados à máquina.
Observe o ambiente. Desconfie de porta-folhetos ou suportes de publicidade em locais estranhos, pois podem esconder câmeras. Sempre cubra o teclado com a mão livre ao digitar sua senha; isso derrota a maioria dos métodos de filmagem.
Faça esta verificação rápida antes de qualquer operação:
- Puxe o leitor de cartão: Se ele parecer frouxo ou se mover, não insira o cartão.
- Compare com o caixa ao lado: Veja se o teclado ou o leitor de cartão são diferentes do terminal vizinho.
- Desconfie de ajuda: Funcionários de banco não abordam clientes no autoatendimento.

Leia também: Aviso do Banco do Brasil para clientes com conta-corrente ou poupança ativa em outubro
O que o banco e o golpista fazem de diferente?
A principal confusão da vítima é acreditar na “ajuda” presencial ou em números de telefone colados na máquina. Bancos nunca colocam adesivos com números de 0800 nos terminais; os números oficiais estão no verso do seu cartão ou no aplicativo oficial.
Um funcionário real do banco, dentro da agência, nunca pedirá sua senha digitada ou falada. O golpista, por outro lado, insiste em obter a senha, seja olhando por cima do ombro, seja pela falsa central telefônica.
Aqui está um resumo claro do que observar:
| Sinal Vermelho (Golpe) | Realidade (Procedimento Correto) |
| Um estranho oferece “ajuda” no caixa. | Nunca aceite ajuda de estranhos. Funcionários não agem assim. |
| Um adesivo no caixa fornece um 0800 para “emergências”. | O único número seguro é o que está impresso no verso do seu cartão. |
| O “atendente” no telefone pede sua senha para “bloquear” o cartão. | Bancos nunca pedem sua senha ou código de segurança por telefone. |
Meu cartão ficou preso, como agir imediatamente?
Não saia de perto do caixa eletrônico. O golpista que instalou o “laço” está esperando você se afastar para puxar o cartão e usá-lo com a senha que ele já roubou (seja olhando ou pela falsa central).
Permaneça em frente ao terminal e use seu próprio celular para ligar para o número oficial do seu banco (no verso do cartão ou no app). Não ligue para números em adesivos ou fornecidos por estranhos.
Siga estes passos, ainda em frente ao caixa, para garantir sua segurança:
- Ligue para seu banco e solicite o bloqueio imediato do cartão pelo motivo de “cartão retido no caixa”.
- Informe ao banco o endereço da agência e a situação, perguntando como proceder para reaver o cartão ou emitir um novo.
- Somente após confirmar o bloqueio, você pode deixar o local.
- Assim que possível, registre um Boletim de Ocorrência (B.O.) online. A maioria dos estados permite o registro digital, como na Delegacia Eletrônica da Polícia Civil.
- A FEBRABAN (Federação Brasileira de Bancos) orienta que a rapidez no bloqueio é a principal ferramenta para evitar prejuízos financeiros.









