As ações da MBRF disparam e lideram as altas do Ibovespa, principal índice da Bolsa brasileira, nesta terça-feira (28). Às 15h (horário de Brasília), os papéis MBRF3 sobem 23,12%, cotados a R$ 19,70.
A forte movimentação fez a companhia entrar em leilão três vezes na B3 — mecanismo utilizado para controlar variações expressivas no preço causadas por um volume anormal nas negociações — durante a sessão.
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O movimento reflete à expansão da parceria da BRF com a Halal Products Development Company (HPDC), controlada pela Arábia Saudita, que deu origem à Sadia Halal. Ontem, as ações já haviam subido 6,45%.
A criação da joint venture destaca a ampliação da MBRF no mercado halal, que segue normas religiosas islâmicas para o abate e o preparo de alimentos. Para Mohamad Mourad, secretário-geral da Câmara de Comércio Árabe-Brasileira, a expansão demonstra o comprometimento com o desenvolvimento do setor na região.
Operação deve diminuir o endividamento da MBRF
Segundo o Bradesco BBI, a operação deve apoiar a desalavancagem da MBRF — ou seja, a redução do nível de endividamento. O banco destacou a transferência da dívida líquida para a nova empresa e o aporte de capital pela Halal Products Development Company (HPDC), parceira no negócio.
Os analistas Henrique Brustolin e Pedro Fontana afirmam que a joint venture cria novas oportunidades de crescimento e reforça a presença da companhia em uma região estratégica para o setor de proteínas, com foco em segurança alimentar e autossuficiência.
As operações envolvidas na joint venture geraram, nos últimos 12 meses, receita de US$ 2,1 bilhões (8% do total da MBRF) e Ebitda de US$ 230 milhões (10%), mostra o relatório. O valor empresarial da Sadia Halal foi estimado em US$ 2,07 bilhões — cerca de 17% do valor total da MBRF.
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Após o fechamento do acordo, a HPDC deve injetar US$ 113 milhões adicionais na operação. A participação da MBRF na BRF Arabia deve subir de 70% para 90%, enquanto a HPDC poderá ampliar sua fatia dos atuais 10% para até 40% em três anos.
A recomendação do Bradesco BBI foi mantida como neutra, com preço-alvo de R$ 24 — potencial de valorização de cerca de 50%. Os analistas veem as ações abaixo do preço de estreia do novo ticker, de R$ 21,20, em setembro.









