O mercado de trabalho brasileiro criou 213 novos empregos com carteira assinada em setembro, segundo dados do Novo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), divulgados nesta quinta-feira (30) pelo Ministério do Trabalho e Emprego.
Foram registradas 2.292.492 admissões e 2.079.490 desligamentos, resultando no saldo líquido de 213.002 vagas. Em agosto, o saldo havia sido positivo em 147.358 vagas, já com os ajustes sazonais incorporados.
O número de setembro ficou acima da mediana das projeções do mercado, que esperava a criação de 169 mil vagas, conforme levantamento da Projeções Broadcast. As estimativas variavam entre 130 mil e 247.975 postos.
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Apesar de positivo, o resultado é inferior ao de setembro de 2024, quando foram criados 247.818 empregos formais, segundo a série ajustada.
Caged em 2025 e nos últimos 12 meses
Em 2025, o saldo do Caged é positivo em 1.716.600 empregos formais, um avanço de 3,6% em relação a 2024, quando haviam sido abertas 1.742.664 vagas.
Em 12 meses, entre outubro de 2024 e setembro de 2025, o país soma 1.439.904 contratações líquidas, resultado inferior ao observado entre outubro de 2023 e setembro de 2024, de 1.851.901 vagas.
Agro e construção puxam resultado do mês, diz Daycoval
Segundo Antônio Ricciardi, economista do Banco Daycoval, o saldo positivo de setembro, embora acima das expectativas, foi 14% menor que o observado no mesmo mês de 2024.
De acordo com Ricciardi, o bom desempenho foi concentrado em dois setores: agropecuária e construção civil, ambos com variação positiva no mês.
Já indústria, comércio e serviços registraram queda na criação de vagas em relação a setembro do ano anterior, com destaque negativo para a indústria, que teve cerca de 30% menos vagas criadas.
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O economista destacou que o setor agropecuário foi impulsionado por uma safra recorde de milho, fator que contribuiu de forma isolada para o resultado. No entanto, ele ressalta que, ao analisar o conjunto dos setores mais sensíveis à atividade econômica, os dados indicam desaceleração na variação interanual.
Ricciardi também observou que, na série ajustada sazonalmente, foram criadas 101 mil vagas em setembro, número próximo ao de agosto. A média móvel trimestral passou de 81 mil para 82 mil vagas, permanecendo abaixo de 100 mil desde 2021, com exceção de dezembro de 2024 e janeiro de 2025, quando houve uma desaceleração mais acentuada.
“Quando se observa a média móvel trimestral, não há sinal de mudança significativa. O mercado de trabalho segue em um cenário de início de desaceleração, apesar de o dado ter vindo acima da expectativa”, afirmou Ricciardi.
 
			 
					









