A produção de petróleo e gás natural no pré-sal atingiu um novo recorde em setembro de 2025, segundo dados divulgados pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).
O Brasil produziu 4,143 milhões de barris de óleo equivalente por dia (boe/d) na camada, chegando a 81,1% da produção nacional — maior percentual já registrado.
O avanço reflete, em parte, o início das operações da plataforma P-78, instalada no campo de Búzios, na Bacia de Santos, operado pela Petrobras. A unidade tem capacidade de produção de até 180 mil barris por dia e deve elevar a produção local em cerca de 20%, consolidando Búzios como o maior campo offshore em operação do mundo.
Já a produção total de petróleo e gás (somando pré-sal, pós-sal e terra) foi de 5,11 milhões de boe/d, abaixo do recorde de julho (5,16 milhões de boe/d).
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No recorte do petróleo, foram 3,915 milhões de barris por dia, aumento de 0,5% ante agosto e de 12,7% na comparação com setembro de 2024. A produção de gás natural atingiu 190,6 milhões de metros cúbicos por dia, crescimento de 0,9% no mês e de 12,1% em um ano.
Efeitos da expansão do pré-sal
A expansão da produção do pré-sal tem efeitos diretos sobre contratos de partilha de produção, arrecadação tributária e repasses federativos, uma vez que nesse modelo contratual, parte do petróleo extraído é destinada à União como excedente em óleo, aumentando a receita do governo.
Para Pedro Calmon Neto, sócio do Pedro Calmon Filho & Associados, especializado em direito marítimo e contratos de exploração e produção (E&P), o crescimento do pré-sal “abre uma nova fase para o Brasil como produtor relevante, mas exige atenção a desafios contratuais, regulatórios e tributários”.
Com a maior parte da produção concentrada em blocos offshore do Rio de Janeiro, São Paulo e Espírito Santo, esses estados devem registrar ampliação de receitas — o que pode reabrir debates sobre a redistribuição federativa dos recursos no Congresso Nacional e no Supremo Tribunal Federal (STF).
Aproveitamento do gás natural e principais produtores
O aproveitamento do gás natural chegou a 97,9%, com 66,24 milhões de m³/d disponibilizados ao mercado. A queima de gás recuou 16,1% em relação a agosto.
Os campos marítimos responderam por 97,6% da produção de petróleo e 85,7% da de gás natural. A Petrobras, sozinha ou em consórcio, foi responsável por 91,3% do total produzido.
O campo de Tupi liderou a produção, com 818 mil barris de petróleo por dia e 40,48 milhões de m³/d de gás natural. Entre as plataformas, o destaque foi o FPSO Almirante Tamandaré, com 222 mil barris/dia, seguido pelo FPSO Guanabara, com 12,13 milhões de m³/d de gás.









